Mesotribulacionismo: O Arrebatamento da Igreja no meio da Tribulação?

Mesotribulacionismo: O Arrebatamento da Igreja no meio da Tribulação?

O Mesotribulacionismo, também conhecido como Midi-tribulacionismo é uma vertente escatológica que defende que o arrebatamento da Igreja ocorrerá na metade do período da Tribulação, ou seja, ao final dos primeiros três anos e meio dos sete anos totais que compreendem a Tribulação. Essa posição é intermediária entre o Pré-tribulacionismo (que crê que o arrebatamento ocorre antes da Tribulação) e o Pós-tribulacionismo (que afirma que o arrebatamento acontece no fim da Tribulação).

A visão Mesotribulacionista oferece uma alternativa ao entendimento escatológico, fornecendo uma perspectiva que visa harmonizar a promessa de livramento para a Igreja da ira final de Deus com a possibilidade de uma fase inicial de testemunho e até sofrimento durante a Tribulação. O Mesotribulacionismo enfatiza o arrebatamento no meio do período de sete anos, com base em interpretações de passagens de Daniel, Apocalipse e as cartas de Paulo.

Este estudo destaca a complexidade das interpretações e a necessidade de um entendimento amplo das Escrituras para formar uma posição sobre o tempo do arrebatamento. Para muitos crentes, o Mesotribulacionismo se mostra uma alternativa viável e equilibrada, mas permanece como uma das várias posições escatológicas em constante debate e reflexão dentro da teologia cristã.

A grande maioria dos cristãos brasileiros se declara pré-tribulacionista, principalmente os de origem pentecostal, no entanto existem várias igrejas que acreditam no Mesotribulacionismo como sendo uma intepretação mais viável das profecias escatológicas.

Neste estudo vamos analisar a fundo o Mesotribulacionismo, suas origens, suas bases bíblicas, sua mensagem e ensinamentos. Não deixe de conferir também nossos outros estudos bíblicos onde estudamos outras visões escatológicas como Pre-tribulacionismo e Pós-tribulacionismo, entre outras. Basta clicar nos links a seguir:

 

Como e quando surgiu o Mesotribulacionismo?

Como e quando surgiu o Mesotribulacionismo.

O Mesotribulacionismo, como uma posição escatológica distinta, emergiu na primeira metade do século XX. Ele foi formulado como uma resposta intermediária às interpretações Pré-tribulacionistas e Pós-tribulacionistas do arrebatamento da Igreja no contexto dos sete anos de Tribulação, conforme descritos em passagens como Daniel 9:24-27 e o Apocalipse.

1. Origens do Mesotribulacionismo no Debate Escatológico Moderno.

O crescimento do interesse em escatologia na virada do século XX incentivou o surgimento de várias interpretações sobre o arrebatamento e a Tribulação. Até o século XIX, a escatologia cristã estava mais centrada em interpretações históricas e pós-milenistas, mas, com o movimento dispensacionalista e o pré-milenismo ganhando força, ideias como o arrebatamento pré-tribulacional começaram a se popularizar, especialmente nos Estados Unidos.

Entre os que aceitavam uma visão dispensacionalista da Bíblia, houve um debate intenso sobre o momento do arrebatamento em relação à Tribulação. O Pré-tribulacionismo, popularizado por teólogos como John Nelson Darby e influenciado pela Teologia Dispensacionalista, propunha que a Igreja seria arrebatada antes dos sete anos de juízo. Já o Pós-tribulacionismo defendia que a Igreja passaria por toda a Tribulação e seria arrebatada apenas na segunda vinda de Cristo. Neste contexto, teólogos que procuravam uma posição intermediária começaram a desenvolver o Mesotribulacionismo.

2. Desenvolvimento e Divulgação da Doutrina do Mesotribulacionismo.

O Mesotribulacionismo surgiu mais especificamente nas décadas de 1940 e 1950, com estudiosos que argumentavam que a Igreja passaria pela primeira metade da Tribulação e seria arrebatada antes da “grande tribulação” (os últimos três anos e meio). Um dos teólogos que ajudou a consolidar essa posição foi Norman B. Harrison, autor de “The End: Rethinking the Revelation” (1941). Harrison argumentava que a Igreja seria retirada antes da ira de Deus cair de forma plena, o que ele entendia ocorrer na segunda metade dos sete anos.

Outros teólogos e estudiosos, como Gleason L. Archer, também contribuíram para a disseminação do Mesotribulacionismo. Eles defenderam que essa posição era mais coerente com a proteção divina prometida à Igreja contra a ira de Deus (1 Tessalonicenses 5:9) e com o entendimento de que a “última trombeta” mencionada em 1 Coríntios 15:52 poderia ser associada à sétima trombeta de Apocalipse 11:15.

3. Características e Justificativas da Doutrina do Mesotribulacionismo.

O Mesotribulacionismo se caracteriza por alguns pontos fundamentais:

Divisão do Período da Tribulação: A crença de que a Tribulação de sete anos é dividida em duas partes. A Igreja passaria pelos primeiros três anos e meio (período inicial de juízo e tribulação moderada) e seria arrebatada antes da fase mais severa, chamada de Grande Tribulação.

Distinção entre Ira de Satanás e Ira de Deus: O Mesotribulacionismo diferencia a perseguição inicial, atribuída ao poder maligno, da ira de Deus que, segundo esta interpretação, só se manifesta plenamente na segunda metade dos sete anos.

Relação com as Trombetas: O entendimento de que a “última trombeta” que sinaliza o arrebatamento está ligada à sétima trombeta do Apocalipse, o que sugeriria um arrebatamento após a primeira metade da Tribulação.

4. Aceitação e Críticas.

Embora tenha recebido algum apoio, o Mesotribulacionismo nunca se popularizou tanto quanto o Pré-tribulacionismo, especialmente no mundo evangélico dispensacionalista, que abraçou a ideia do arrebatamento pré-tribulacional como uma forma de livramento completo da Igreja em relação aos juízos futuros. No entanto, o Mesotribulacionismo continua a ter defensores que consideram sua abordagem mais equilibrada e consistente com as Escrituras.

Em resumo, o Mesotribulacionismo surgiu no século XX como uma resposta intermediária às interpretações mais extremas do pré e Pós-tribulacionismo, visando oferecer uma visão que mantivesse a proteção divina sobre a Igreja durante a Grande Tribulação sem isentá-la de todos os eventos apocalípticos.

 

Quais as bases bíblicas para o Mesotribulacionismo?

Quais as bases bíblicas do Mesotribulacionismo

O Mesotribulacionismo apoia-se em várias passagens bíblicas para defender que o arrebatamento da Igreja ocorrerá no meio da Tribulação, após os primeiros três anos e meio dos sete anos completos deste período.

Essa posição se baseia principalmente em uma interpretação cuidadosa de passagens no Apocalipse, nas epístolas paulinas e nas profecias de Daniel. Como já mencionamos antes, o argumento central dos mesotribulacionistas é que a Igreja será poupada da “ira de Deus”, mas ainda pode experimentar os eventos da primeira metade da Tribulação, os quais são vistos como um tempo de julgamento e tribulação geral. Vamos entender isso melhor:

Aqui estão as principais bases bíblicas do Mesotribulacionismo e as razões pelas quais ele propõe o arrebatamento no meio da Tribulação:

1. A Última Trombeta (1 Coríntios 15:52 e Apocalipse 11:15).

Um dos fundamentos principais do Mesotribulacionismo é a referência de Paulo à “última trombeta” em 1 Coríntios 15:52, onde ele afirma que “num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.”

“51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.” (1 Coríntios 15:52 )

Os mesotribulacionistas interpretam essa última trombeta como a sétima trombeta em Apocalipse 11:15, que marca um momento de transição no qual “os reinos do mundo passaram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo.”

“15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”( Apocalipse 11:15)

Eles veem isso como um indicativo de que a Igreja será arrebatada nesse ponto intermediário da Tribulação, pois a sétima trombeta assinala o fim dos juízos das trombetas e introduz os eventos mais severos da segunda metade, conhecidos como as “taças da ira de Deus”.

2. A Separação entre Ira e Tribulação (1 Tessalonicenses 5:9).

Em sua carta aos Tessalonicenses o Apóstolo Paulo afirma que os cristãos não estavam destinados a ira, mas a salvação:

“Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5:9)

Os mesotribulacionistas interpretam essa passagem como uma promessa de que a Igreja não estará presente durante o tempo em que Deus derramará Sua ira de forma completa.

Eles entendem que a ira de Deus se manifesta principalmente na segunda metade da Tribulação, que Jesus chama de “Grande Tribulação” em Mateus 24:21. Assim, acreditam que o arrebatamento acontecerá antes de essa ira ser plenamente desencadeada, ou seja, no meio da Tribulação, garantindo que a Igreja não sofra esses juízos mais severos.

3. O Filho Arrebatado e a Mulher Protegida (Apocalipse 12:5-6).

Em Apocalipse 12, João relata uma visão onde uma mulher dá à luz um filho, que é arrebatado para Deus, enquanto a mulher foge para o deserto para ser protegida por 1.260 dias (ou três anos e meio).

“1 Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono.A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 12:1-6)

Muitos mesotribulacionistas veem este filho, mencionado nos textos de Apocalipse, como uma representação simbólica da Igreja, que é arrebatada no meio da Tribulação, enquanto a mulher, que representa Israel, é protegida no deserto durante a segunda metade da Tribulação. Segundo esta ideia, a Igreja de Cristo derivou-se da fé judaica e por isso seria filha, então, logo que a Igreja é arrebatada a mulher, ou Israel é submetida novamente aos tempos de juízo, como foi profetizado por Daniel e muitos outros profetas. Portanto, Israel não pode ser arrebatado deste juízo.

Essa interpretação sugere que a Igreja é retirada antes da segunda fase da Tribulação, enquanto Israel permanece e é guardado por Deus durante a fase mais severa dos juízos.

4. A Divisão da Tribulação em Duas Metades (Daniel 9:27).

A profecia das “setenta semanas” em Daniel 9:24-27 é um dos textos centrais para entender o período da Tribulação. Segundo Daniel 9:27, o Anticristo firmará uma aliança por uma semana (sete anos), mas a quebrará no meio desse período, ou seja, após três anos e meio. Esse ponto central marca o início da segunda metade da Tribulação, onde o Anticristo revela seu verdadeiro caráter e os juízos se intensificam.

“24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.26 Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.27 Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.”(Daniel 9:24-27)

Os mesotribulacionistas argumentam que a primeira metade é um tempo de relativa paz e organização sob o governo do Anticristo, enquanto a segunda metade representa o momento em que ele torna-se abertamente hostil a Deus e ao povo santo. Como tal, o arrebatamento no meio da Tribulação pouparia a Igreja das tribulações mais severas e diretas.

5. A Separação entre a Ira de Satanás e a Ira de Deus.

Os mesotribulacionistas diferenciam a perseguição inicial promovida por Satanás e pelo Anticristo (durante os primeiros três anos e meio) da “ira de Deus”, que é plenamente manifesta na segunda metade dos sete anos. Eles argumentam que os primeiros três anos e meio da Tribulação envolvem tribulações provocadas principalmente pela ação do Anticristo e de Satanás, enquanto a segunda metade é caracterizada pela execução dos juízos divinos descritos como as taças da ira.

Essa distinção permite que os mesotribulacionistas afirmem que a Igreja não estará sujeita à ira divina da segunda metade, mas que poderá experimentar o período inicial, onde testemunharia e, em algum grau, enfrentaria perseguição antes de ser arrebatada.

6. Apocalipse 7 e a Multidão de Vestes Brancas.

Em Apocalipse 7:9-14, João vê uma grande multidão “de todas as nações, tribos, povos e línguas” que “veio da grande tribulação” e está diante do trono de Deus. Muitos mesotribulacionistas interpretam essa visão como uma referência à Igreja, que foi arrebatada após a primeira metade da Tribulação e agora está na presença de Deus.

“9 Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.11 Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,” (Apocalipse 7:9-14)

Esse ponto reforça a ideia de que o arrebatamento poderia ocorrer no meio da Tribulação, uma vez que a multidão no céu é identificada como aqueles que passaram pela “grande tribulação”, mas foram tirados dela antes do derramamento final da ira.

7. Motivos para o Arrebatamento no Meio da Tribulação.

Com base nas passagens e interpretações acima, os mesotribulacionistas acreditam que o arrebatamento ocorrerá no meio da Tribulação e não antes ou depois pelos seguintes motivos:

Proteção da Igreja da Ira Divina: A Igreja será poupada da ira de Deus, mas não necessariamente da perseguição ou tribulação causadas pelo Anticristo na primeira metade do período.

Natureza Progressiva dos Juízos: A primeira metade da Tribulação é vista como um período de tribulação generalizada, enquanto a segunda metade é caracterizada por juízos intensificados. Isso permite que a Igreja experimente o início dos juízos sem ser submetida à ira plena de Deus.

Interpretação da Última Trombeta: A identificação da última trombeta mencionada por Paulo com a sétima trombeta de Apocalipse reforça a ideia de um arrebatamento no meio da Tribulação, pois essa trombeta marca o ponto de transição para os juízos mais intensos.

Distinção entre a Perseguição de Satanás e a Ira de Deus: Os mesotribulacionistas acreditam que Deus permite que a Igreja testemunhe e até experimente o início da Tribulação, mas a remove antes que Ele mesmo inicie os julgamentos mais severos.

Em suma, o Mesotribulacionismo é uma interpretação intermediária que visa harmonizar as promessas de livramento da ira de Deus com a possibilidade de uma fase inicial de tribulação. Ele se baseia em passagens específicas e em uma interpretação cronológica dos eventos proféticos, argumentando que o arrebatamento ocorrerá antes da “grande tribulação”, garantindo que a Igreja não sofra os juízos mais severos, mas ainda cumpra seu testemunho durante o período inicial.

 

As “Taças da Ira de Deus” e as promessas de livramento segundo o Mesotribulacionismo.

As taças da ira de Deus e o Mesotribulacionismo

O entendimento de que as taças da ira de Deus não podem ser derramadas sobre a Igreja baseia-se em argumentos teológicos e exegéticos que defendem a proteção e preservação da Igreja do julgamento final e direto de Deus. Esse conceito é central em posições como o Mesotribulacionismo e o Pré-tribulacionismo, que propõem que Deus reserva a fase mais severa da Tribulação, onde Suas taças de ira são derramadas, exclusivamente para os ímpios e rebeldes.

Por que isso de certo modo é coerente e faz sentido?

Como já vimos antes, em 1 Tessalonicenses 5:9, Paulo afirma: “Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.” Segundo a interpretação dos mesotribulacionistas, a “ira” mencionada não é apenas uma condenação eterna, mas inclui os juízos que Deus inflige sobre o mundo durante a Grande Tribulação.

Ainda que a Igreja e os cristãos do passado tenham sido martirizados e passado por sofrimentos terríveis, nenhum deles nunca e jamais foi castigado com a ira do próprio Deus. Por que durante o Apocalipse isso seria diferente?

Se levarmos em consideração que a Igreja é a “Noiva do Cordeiro,“ comprada pelo sangue de Cristo, não faria sentido que essa noiva sofresse a ira de Deus que está entesourada desde o inicio dos tempos para ser derramada durante o Apocalipse.

1. O Conceito de Noivo e Noiva em Apoio à Preservação da Igreja.

A Igreja é descrita nas Escrituras como a Noiva de Cristo (Efésios 5:25-27; Apocalipse 19:7-8). A imagem do casamento entre Cristo e a Igreja sugere um relacionamento de cuidado, proteção e purificação, e muitos teólogos entendem que seria incoerente Cristo permitir que Sua Noiva passasse pela ira reservada para o julgamento dos pecadores.

Além disso, alguns defensores dessa visão citam exemplos bíblicos de como Deus livrou Seus servos dos julgamentos destrutivos sobre os ímpios, como fez ao livrar Noé do dilúvio e Ló da destruição de Sodoma (Gênesis 6-7; 19:15-29), apontando que Deus protege Seus justos em tempos de ira.

2. Distinção entre Ira e Tribulação.

A teologia mesotribulacionista e pré-tribulacionista faz uma distinção clara entre a “ira de Deus” e a “tribulação” que o mundo experimenta no início do período de sete anos. No início da Tribulação, o sofrimento é causado principalmente pela ação do Anticristo e do sistema maligno global. No entanto, as taças, descritas a partir de Apocalipse 16, são vistas como uma manifestação direta e final da ira de Deus sobre um mundo que rejeitou Seu governo. Esse período é reservado para a “grande tribulação” (Mateus 24:21), e os defensores dessa visão argumentam que a Igreja, como o Corpo de Cristo, não estará sujeita a esses juízos severos e diretos.

3. As Taças da Ira como Julgamentos Exclusivamente Divinos.

As taças de Apocalipse 16 incluem pragas, doenças e destruição que são amplamente distintas dos eventos anteriores na Tribulação, que envolvem perseguições e desastres que, em parte, podem ser atribuídos ao Anticristo e ao próprio sistema maligno. As taças são consideradas atos de julgamento puro e intenso da parte de Deus, e essa qualidade de ira e condenação plena não seria apropriada para aqueles que foram redimidos por Cristo. As taças incluem:

  • Feridas graves sobre os adoradores da besta (Apocalipse 16:2).
  • Transformação dos mares e rios em sangue (Apocalipse 16:3-4).
  • Queimaduras intensas causadas pelo sol (Apocalipse 16:8-9).
  • Trevas e dores que causam agonia (Apocalipse 16:10).

Esses são julgamentos que não visam purificar, mas punir os rebeldes de forma irrevogável, o que, segundo os mesotribulacionistas, não seria compatível com o propósito de Deus para Sua Igreja.

4. A Natureza do Sangue de Cristo como Escudo contra a Ira Divina.

Teologicamente, o sacrifício de Cristo na cruz é visto como uma substituição penal, em que Ele recebeu sobre Si a ira que era destinada aos pecadores. Passagens como Romanos 5:9 e Efésios 2:3 indicam que, por meio da redenção em Cristo, os crentes são salvos da ira de Deus. Para os defensores dessa visão, isso implica que, uma vez que a Igreja foi lavada e redimida pelo sangue de Cristo, seria contraditório ela sofrer os mesmos juízos que aqueles que rejeitaram essa salvação.

Em Romanos 5:9, Paulo escreve: “Logo, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos salvos da ira por meio dele.” O entendimento é que essa “ira” inclui não apenas a condenação eterna, mas também os juízos apocalípticos.

5. O Resgate dos Fiéis antes dos Juízos Finais.

Alguns mesotribulacionistas apontam que o conceito de arrebatamento no meio da Tribulação preserva a Igreja dos julgamentos mais severos, enquanto cumpre o propósito de testemunho e transformação nos primeiros três anos e meio. Acredita-se que o arrebatamento ocorre antes das taças para livrar a Igreja da ira plena de Deus, com base em Apocalipse 3:10, onde Jesus promete à Igreja de Filadélfia: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para provar os que habitam sobre a terra.”

6. A Multidão dos Santos no Céu durante a Grande Tribulação (Apocalipse 7:9-14).

Em Apocalipse 7:9-14, João descreve uma grande multidão de pessoas que passaram pela tribulação e estão no céu, em segurança. Esta visão é interpretada por alguns teólogos como evidência de que os fiéis, já arrebatados, foram poupados das etapas finais dos juízos divinos, que são exclusivas para aqueles que rejeitaram a Deus e se aliaram ao Anticristo.

Resumo dos Argumentos.

Os argumentos que sustentam a proteção da Igreja das taças da ira incluem:

A promessa direta de livramento da ira (1 Tessalonicenses 5:9).

Distinção entre ira e tribulação: a Igreja pode passar pela tribulação inicial, mas não pela ira plena de Deus.

Natureza protetora do relacionamento entre Cristo e Sua Igreja: a Igreja é a Noiva, que Cristo protegerá de juízos finais e destrutivos.

Substituição penal de Cristo: pelo sacrifício de Cristo, os crentes são justificados e protegidos da ira de Deus.

Promessas de resgate e proteção divinos: a Igreja é retirada antes da “hora da provação” que virá sobre o mundo (Apocalipse 3:10).

Em essência, a convicção de que as taças da ira não podem ser derramadas sobre a Igreja está enraizada na compreensão do relacionamento entre Deus e os crentes, o papel do sacrifício de Cristo, e a promessa bíblica de que os justos não passarão pelo julgamento final reservado aos ímpios.

 

Quais os pontos fortes do Mesotribulacionismo em relação as outras interpretações?

Pontos fortes do Mesotribulacionismo

O Mesotribulacionismo apresenta algumas vantagens teológicas e interpretativas que destacam essa posição em relação ao Pré-tribulacionismo e ao Pós-tribulacionismo. Abaixo, estão os principais pontos fortes do Mesotribulacionismo, que servem como base para seus defensores ao preferirem essa visão:

1. Equilíbrio entre Promessas de Proteção e Realismo sobre Perseguição.

Quando o Mesotribulacionismo propõe que a Igreja experimentará a primeira metade da Tribulação, enfrentando as provações e perseguições permitidas por Deus, mas será poupada da “ira plena de Deus” derramada durante a Grande Tribulação, esse equilíbrio entre uma experiência de sofrimento e o livramento do julgamento final permite:

Valorização do Testemunho: Segundo os defensores do Mesotribulacionismo, os crentes permanecerão na terra para testemunhar e perseverar em meio ao sofrimento e à opressão, o que fortalece o testemunho da Igreja.

Compatibilidade com as Promessas de Proteção: Ao sustentar que Deus protegerá os crentes da fase mais destrutiva da Tribulação, o Mesotribulacionismo harmoniza as promessas bíblicas de livramento da ira (como em 1 Tessalonicenses 5:9) sem negar a realidade de que os cristãos são chamados a suportar tribulações e perseguições.

2. Coerência com a Sequência dos Eventos de Apocalipse.

O Mesotribulacionismo argumenta que sua posição respeita a estrutura dos eventos descritos em Apocalipse, onde os julgamentos se intensificam progressivamente. Os eventos iniciais incluem o surgimento do Anticristo, guerras, fomes e pragas, mas os julgamentos diretos e finalizadores de Deus, como as taças da ira, só ocorrem mais tarde. Esse ponto de vista argumenta que:

Contexto Cronológico: O Mesotribulacionismo segue a cronologia que sugere que a Igreja será preservada da parte mais intensa dos julgamentos, mas não necessariamente de todas as dificuldades.

Eventos Marcantes e o Arrebatamento: Essa posição sugere que a Igreja será retirada da terra no momento que marca a transição para os juízos mais severos, no meio da Tribulação, reforçando a ideia de que o arrebatamento é um ato específico de proteção antes da ira plena.

3. Justificativa Teológica da Ira de Deus como exclusiva para os Ímpios.

Os mesotribulacionistas afirmam que os julgamentos mais severos (as taças da ira) são exclusivamente dirigidos àqueles que rejeitam Deus, alinhando essa ideia com a visão bíblica de que o juízo divino final é reservado para os ímpios. Essa crença se fundamenta nas Escrituras que distinguem entre tribulação (como perseguições) e ira (como juízos finais):

Separação entre Perseguição e Ira: A Igreja pode enfrentar perseguições e tribulações no mundo, mas a ira final e condenatória, representada nas taças de Apocalipse, é reservada para o julgamento dos que rejeitaram a salvação.

Consistência com o Sacrifício de Cristo: Segundo o Mesotribulacionismo, o sacrifício de Cristo protege os crentes da ira divina, permitindo que a Igreja seja retirada antes da fase mais severa.

4. Compatibilidade com as Promessas de Perseverança e Purificação da Igreja.

O Mesotribulacionismo atende ao princípio bíblico de que a Igreja passará por uma fase de provação e purificação. Esse aspecto de purificação antecipa o encontro com Cristo, e a primeira metade da Tribulação serve para fortalecer e purificar os crentes que se manterão firmes em sua fé:

Sofrimento como Purificação: A ideia de que os crentes enfrentam sofrimento no mundo antes do livramento final reflete o propósito de Deus de purificar e fortalecer Seu povo.

Apoio em Promessas de Perseverança: Passagens como Apocalipse 3:10, que falam de perseverança e livramento para a Igreja fiel, reforçam a visão de que os crentes devem ser fortes durante a tribulação inicial e serão poupados da ira final.

5. Valorização do Papel do Espírito Santo e do Testemunho da Igreja.

O Mesotribulacionismo acredita que o papel do Espírito Santo e do testemunho da Igreja é fundamental durante a primeira parte da Tribulação, oferecendo um tempo de graça e de resistência ao mal antes do derramamento da ira:

Papel Ativo da Igreja: A presença da Igreja na primeira parte da Tribulação, como testemunha de Cristo e resistência contra o Anticristo, valoriza seu papel e missão no mundo.

Influência Restritiva do Espírito Santo: Durante a primeira metade da Tribulação, o Espírito Santo, por meio da Igreja, ainda exerce uma função de restrição contra a maldade, o que mantém a graça disponível para a salvação daqueles que responderem ao Evangelho.

6. Harmonia com o Caráter Justo e Misericordioso de Deus.

Ao propor que Deus permite a presença da Igreja na primeira metade da Tribulação, mas a poupa da “grande tribulação”, o Mesotribulacionismo reflete a justiça de Deus em purificar e disciplinar Seu povo e, ao mesmo tempo, expressa Sua misericórdia ao livrá-los do julgamento final:

Justiça e Misericórdia: Esse equilíbrio teológico mostra Deus como justo ao disciplinar, mas misericordioso ao poupar Seu povo da destruição final.

Exemplo de Noé e Ló: Os Mesotribulacionistas muitas vezes comparam a proteção da Igreja à forma como Deus protegeu Noé e Ló, livrando-os da destruição total que veio sobre os ímpios.

 

Pontos fracos do Mesotribulacionismo em relação ao Pré-tribulacionismo e ao Pós-tribulacionismo.

Embora o Mesotribulacionismo ofereça uma perspectiva que tenta equilibrar as promessas de livramento da ira de Deus com a necessidade de a Igreja passar por um tempo de provação, ele enfrenta desafios significativos em relação à sua base bíblica e à clareza de sua posição. A falta de passagens claras que indiquem um arrebatamento no meio da Tribulação, bem como a dificuldade em conciliar as promessas de livramento com a experiência de sofrimento durante os primeiros 3,5 anos, são pontos fracos que tornam essa posição mais difícil de sustentar quando comparada com outras interpretações escatológicas.

1. Dificuldade em conciliar a promessa de livramento da ira com o sofrimento na Tribulação.

Pré-Tribulacionismo: A posição Pré-Tribulacionista é clara ao afirmar que a Igreja será arrebatada antes que qualquer julgamento de Deus se inicie. A promessa de livramento da ira de Deus (1 Tessalonicenses 1:10) é cumprida, pois a Igreja não passaria pela Tribulação.

Mesotribulacionismo: Apesar de sustentar que a Igreja será poupada da ira de Deus no final da Tribulação, essa visão implica que os crentes terão que passar pela primeira metade do sofrimento. Isso pode parecer contraditório, já que muitos defendem que a Igreja será livrada da ira de Deus, como se vê em passagens como 1 Tessalonicenses 5:9 (“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação”). A passagem parece sugerir que os crentes não passariam por nenhum tipo de julgamento tribulacional, o que gera um ponto de tensão para os mesotribulacionistas, que precisam justificar como o sofrimento inicial da Tribulação se encaixa nessa promessa de livramento.

2. Interpretação das “Setenta Semanas” de Daniel.

Pós-Tribulacionismo: A posição pós-tribulacionista, que afirma que a Igreja será arrebatada após a Tribulação, vê a Setenta Semana de Daniel (Daniel 9:24-27) como um período contínuo de juízos e provações. Para eles, a Igreja está presente durante toda a Tribulação, com o arrebatamento ocorrendo só no final, o que parece ser uma leitura mais direta da profecia de Daniel.

Mesotribulacionismo: A interpretação das Setenta Semanas no Mesotribulacionismo se torna mais difícil de justificar. De acordo com essa visão, a Igreja é arrebatada no meio da Tribulação, mas isso requer uma explicação para a divisão da Tribulação em duas metades de igual importância. A dificuldade está em explicar as passagens que parecem afirmar que a Tribulação é um período contínuo, especialmente em relação aos juízos de Deus, que são apresentados como uma sequência direta de eventos. Muitos críticos afirmam que o arrebatamento no meio da Tribulação não é claramente respaldado por uma leitura literal de Daniel 9.

3. Ausência de uma base bíblica explícita para o arrebatamento no meio.

Pré-Tribulacionismo: Os pré-tribulacionistas se baseiam em uma série de textos, como 1 Tessalonicenses 4:16-17, João 14:1-3 e Apocalipse 3:10, que são frequentemente interpretados como indicando um arrebatamento antes do início da Tribulação. Esses versículos são vistos como promessas de livramento para a Igreja antes do período de julgamento.

Mesotribulacionismo: Embora o Mesotribulacionismo recorra a passagens como Mateus 24:29-31 (que descreve a reunião dos eleitos após a grande tribulação) para sustentar seu ponto de vista, não há muitos textos que falem especificamente sobre um arrebatamento no meio da Tribulação. A maioria das passagens que falam sobre o arrebatamento não fornecem uma indicação clara do tempo exato, deixando espaço para interpretações variadas. Como resultado, os mesotribulacionistas têm que fazer uma leitura mais indireta para justificar o momento específico de sua visão.

4. Compromisso entre as visões do Pré-Tribulacionismo e Pós-Tribulacionismo.

Pós-Tribulacionismo: Os pós-tribulacionistas argumentam que a Igreja deve passar por toda a Tribulação, com o arrebatamento ocorrendo no fim, o que pode parecer mais coerente para quem adota uma leitura literal das profecias, já que não há separação entre as fases da Tribulação.

Mesotribulacionismo: Para os Mesotribulacionistas, a posição representa uma tentativa de reconciliar o Pré-Tribulacionismo (a Igreja sendo poupada da ira de Deus) com o Pós-Tribulacionismo (a Igreja experimentando a Tribulação). Isso, no entanto, pode ser visto como um ponto fraco, já que não há consenso entre os teólogos quanto à divisão da Tribulação em duas metades de igual importância, e mais uma vez temos que mencionar que as Escrituras não fornecem uma justificativa clara para um arrebatamento no meio do período de sofrimento.

5. Dificuldade de interpretação do “grande sofrimento.”

Pós-Tribulacionismo: O Pós-tribulacionista pode ver o “grande sofrimento” (Mateus 24:21) como uma referência a toda a Tribulação, o que reforça a ideia de que os crentes devem passar por ela, sendo arrebatados no fim.

Mesotribulacionismo: O Mesotribulacionista pode interpretar o “grande sofrimento” como se referindo apenas à segunda metade da Tribulação, quando os juízos mais severos de Deus começam a ser derramados. No entanto, essa distinção nem sempre é clara nas Escrituras, e a dificuldade em dividir claramente as duas metades da Tribulação pode ser vista como um ponto fraco da visão Mesotribulacionista.

 

Conclusão:

O Mesotribulacionismo oferece mais uma perspectiva sobre o Arrebatamento da Igreja que não pode ser desprezada. Essa visão teológica tem como base a interpretação de que a Igreja experimentará a primeira metade da Tribulação, enfrentando algumas adversidades e juízos mais leves, mas sendo poupada da ira final de Deus, que se manifesta de forma intensa nas últimas etapas do período tribulacional.

A principal justificativa para o Mesotribulacionismo é que ele busca um equilíbrio entre duas ideias-chave: a promessa de que a Igreja será preservada da ira de Deus e a necessidade de os crentes passarem por um tempo de purificação ou teste durante a Tribulação.

Esse ponto de vista também se baseia na ideia de que o arrebatamento é uma expressão de misericórdia divina, que permite à Igreja escapar da parte mais destrutiva da Tribulação, mas sem eliminar completamente o teste da fé que os crentes devem passar. De acordo com os mesotribulacionistas, o arrebatamento no meio da Tribulação está em consonância com as Escrituras, incluindo a visão das Setenta Semanas de Daniel, que detalham a divisão da Tribulação em duas fases distintas. Esse momento de arrebatamento é visto como um evento de grande consolo e esperança para os crentes, pois marca o fim do sofrimento mais intenso e a proximidade do retorno de Cristo.

Em conclusão, o Mesotribulacionismo é uma teoria escatológica que responde às complexidades das Escrituras e oferece uma abordagem do Arrebatamento que não ignora os desafios da Tribulação, mas mantém a esperança de que a Igreja será protegida da ira final de Deus. Embora possa não ser a posição mais amplamente aceita, ele contribui para o debate sobre o fim dos tempos, desafiando os crentes a refletirem sobre o propósito de Deus para a Igreja neste período tão crítico da história bíblica.

 

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Monteiro Junior

Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."

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Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."