O Profeta Isaías é frequentemente chamado de “profeta messiânico” por causa das numerosas profecias que ele fez sobre a vinda de um Messias, um Salvador esperado que traria redenção, justiça e paz ao mundo. Essas profecias, que aparecem em várias partes do livro de Isaías, são vistas pelos cristãos como claramente cumpridas em Jesus Cristo.
Isaías escreveu suas profecias em um período de grande crise para o povo de Israel, cercado por ameaças de exílio e destruição. Em meio a esse cenário de medo e incerteza, ele falou sobre um futuro esperançoso, no qual Deus enviaria um líder que traria paz e restauração.
Ao longo dos séculos, a tradição cristã reconheceu o Profeta Isaías como uma das figuras mais importantes na predição do Messias, apontando aspectos específicos de sua vida e ministério, desde o nascimento até o sofrimento e a ressurreição.
O próprio Jesus menciona as profecias do Profeta Isaías e afirma tê-las cumprido, e isto está registrado no Novo Testamento no Evangelho de Lucas:
“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.” (Lucas 4:17-20)
Ao fazer isso, Jesus estava declarando que Ele era o cumprimento dessa profecia, ou seja, o Messias prometido que traria libertação espiritual e salvação ao povo. Essa passagem é considerada uma das mais importantes declarações messiânicas de Jesus em seu ministério público.
O profeta Isaias teve um ministério profético atuante entre 739 e 680 a.C., durante o período de ascensão do império assírio. Acredita-se que o seu ministério começou após a morte do rei Uzias. Ele dirigiu suas profecias a diversos povos do Oriente Médio. Além das dezenas de profecias proferidas por Isaías, aproximadamente 15 profecias podem se referir especificamente ao Messias, por isso ele chamado de Profeta Messiânico.
Neste estudo vamos analisar a fundo boa parte dessa profecias, e entender como e porque elas se cumpriram na pessoa de Jesus Cristo.
Aqui no Pesquisador Cristão temos várias outras publicações e estudos sobre Isaías, abordando questões como a comprovação da sua existência, o cumprimento de suas profecias e também seu ministério e morte. Não deixe de conferir todos estes conteúdos nos links a seguir:
- Escatologia: O Estudo das Últimas Coisas, através da História.
- Arrebatamento: O que é, quando ele vai acontecer?
- O Apocalipse, a destruição do Templo de Jerusalém, e as Profecias de Mateus 24.
- Profeta Isaías. Existem evidências históricas do cumprimento de suas profecias?
- Profeta Isaías. Existem provas da sua existência, ministério e morte?
- Profeta Isaías e as Profecias Messiânicas que se cumpriram e Jesus Cristo.
- Isaías, de crente morno a grande profeta.
Profeta Isaías e a Profecia do Servo Sofredor, a mais importante para os cristãos.
Entre as profecias de Isaías sobre Jesus, a mais destacada e frequentemente considerada a mais importante é encontrada em Isaías 53. Esta passagem é amplamente reconhecida por sua descrição detalhada do “Servo Sofredor”, que sofre pelos pecados da humanidade e é visto como um prenúncio claro do sacrifício redentor de Jesus Cristo.
Essa profecia descreve não apenas o sofrimento e a morte do Messias, mas também o propósito redentor de seu sacrifício. Ela é vista como um relato profético que se alinha com o entendimento cristão da missão de Jesus como o Salvador que sofre em nome da humanidade, proporcionando perdão e cura para os pecados. A profundidade e a clareza com que Isaías 53 aborda o sofrimento vicariante do Messias são fundamentais para a doutrina cristã sobre a expiação e redenção.
Por que temos certeza que a Profecia do Servo Sofredor, feita pelo Profeta Isaías é sobre Jesus?
A profecia do “Servo Sofredor” capta de forma muito profunda e nos faz de certo modo até visualizar a cena da paixão de Cristo:
“Era desprezado e rejeitado pelos homens; homem de dores e experimentado no sofrimento; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.” (Isaías 53:3)
Neste versículo o Profeta Isaías descreve uma figura messiânica que sofre injustamente em nome dos outros. A descrição fornece uma imagem vívida de alguém que é rejeitado e desprezado, evidenciando o caráter da missão do Messias.
O Servo Sofredor não seria aceito ou valorizado pelas pessoas ao seu redor. Em vez de ser recebido com honra, ele seria tratado com desdém e rejeição.
No Novo Testamento, essa descrição é associada à experiência de Jesus Cristo, que foi rejeitado por muitos de seus contemporâneos, inclusive pelas autoridades religiosas e pelo povo (João 1:11; Lucas 17:25).
O Servo está familiarizado com a dor e o sofrimento, o que sugere uma profunda identificação com a condição humana de aflição.
Jesus é descrito como alguém que experimentou sofrimento físico e emocional, especialmente durante sua paixão e crucificação (Mateus 26:37-38; Hebreus 4:15).
Quando o Profeta Isaías menciona “Como um de quem os homens escondem o rosto,” essa expressão indica que as pessoas evitarão olhar para ele, sugerindo um estado de vergonha ou desagrado em relação ao Servo. É exatamente isso que observamos na crucificação de Cristo. Essa frase reflete a forma como Jesus foi tratado com desprezo e escárnio, especialmente durante o julgamento e a crucificação, quando muitos desviaram o olhar de sua humilhação (Mateus 27:39-44).
O Texto também diz: “Era desprezado, e não fizemos dele caso algum.” O Servo não recebeu a atenção ou o respeito que merecia. Em vez disso, foi ignorado e desconsiderado pelas pessoas. Jesus é visto como tendo sido desconsiderado e menosprezado por muitos, apesar de seu papel essencial como Salvador e Messias. A falta de reconhecimento de seu valor é uma parte central do relato cristão de sua vida e missão (João 7:5; Lucas 23:11).
O texto de Isaías continua com outro detalhe muito importante logo nos versículos seguintes:
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o consideramos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:4-5)
Isaías 53:4-5 é uma passagem central na profecia de Isaías 53, que descreve o sofrimento redentor do Servo Sofredor.
O Servo Sofredor é descrito como alguém que assume as doenças e sofrimentos das pessoas. Ele não apenas experimenta a dor, mas a carrega em lugar das pessoas, indicando uma função redentora e substitutiva.
Isso é visto como uma referência ao papel de Jesus como aquele que carrega as enfermidades e as dores dos seres humanos, tanto físicas quanto espirituais. No Novo Testamento, Jesus é descrito como aquele que cura os doentes e assume as nossas doenças (Mateus 8:17).
Apesar de carregar as enfermidades e dores dos outros, o Servo é visto como alguém que sofre de forma injusta, e as pessoas interpretam seu sofrimento como uma forma de punição divina.
No contexto cristão, Jesus foi visto como alguém que sofreu injustamente, e muitos de seus contemporâneos o consideraram um blasfemo ou um criminoso, não reconhecendo o propósito divino por trás de seu sofrimento (João 19:7; Lucas 23:34).
Jesus é visto como aquele que sofreu e morreu na cruz como substituto pelos pecados da humanidade. A ideia é que ele pagou o preço pelas transgressões e iniquidades dos outros, cumprindo assim o papel de Salvador (1 Pedro 2:24).
O castigo que deveria ter recaído sobre as pessoas foi colocado sobre o Servo, resultando na reconciliação e paz entre Deus e a humanidade.
A morte de Jesus é entendida como o meio pelo qual a paz entre Deus e os seres humanos foi restaurada. Ele sofreu para trazer reconciliação e salvação (Romanos 5:1).
As feridas do Servo trazem cura, simbolizando a restauração e a redenção dos que creem nele.
A crença é que o sofrimento de Jesus na cruz trouxe cura espiritual para a humanidade, curando as feridas do pecado e oferecendo salvação (1 Pedro 2:24; Mateus 8:17).
Profeta Isaías, a Profecia do Servo Sofredor e outros detalhes da morte de Jesus.
Além de revelar o que aconteceria com o Messias, ou seja, Jesus Cristo, aquele que se sacrifica pela humanidade, as Profecias do Capítulo 53 do Livro do Profeta Isaías ainda nos falam da transformação da condição perdida da humanidade através da substituição e sacrifício do Servo, o que é interpretado como um preanuncio do papel de Jesus Cristo como o Salvador que carrega o pecado do mundo e oferece a salvação.
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Isaías 53:6)
Este versículo descreve a condição da humanidade como desorientada e perdida, semelhante a ovelhas que se desviam e não têm um pastor. Isso indica uma falta de direção e a tendência de seguir caminhos errados.
Também reflete a visão cristã de que todos os seres humanos estão espiritualmente perdidos e desviados devido ao pecado. A metáfora da ovelha perdida é frequentemente usada na Bíblia para descrever a condição pecaminosa da humanidade (Mateus 18:12-13; Lucas 15:4-7).
A ideia é que todos, individualmente, têm se desviado da vontade de Deus e cometido pecados, levando à necessidade de redenção e salvação (Romanos 3:23).
Este versículo é interpretado como um resumo da função redentora de Jesus Cristo. O sofrimento e a morte de Jesus são vistos como o meio pelo qual Deus lidou com o pecado da humanidade. Jesus carrega a iniquidade de todos, pagando o preço pelos pecados e oferecendo perdão e reconciliação com Deus (1 Pedro 2:24; 2 Coríntios 5:21).
Mas o Profeta Isaías não para por aí. Em sua “descrição” de parte da trajetória do Messias ele também menciona até como, onde, e sob que circunstâncias ele seria enterrado:
“E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico esteve na sua morte; embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.” (Isaías 53:9)
Esta descrição reflete a forma como Jesus foi tratado após sua morte. Ele foi crucificado entre dois criminosos (Lucas 23:32-33) e, como um condenado, a princípio parecia que seu sepultamento seria com os ímpios. Isso se alinha com o desprezo e a rejeição que enfrentou durante sua vida e morte.
Apesar de ser colocado entre os ímpios, o Servo também foi sepultado em um túmulo de um rico. Isso sugere que, apesar da sua morte inicial em desonra, seu sepultamento foi marcado por um contraste inesperado com a dignidade e o status de um rico.
Este detalhe é interpretado como uma referência ao sepultamento de Jesus no túmulo de José de Arimateia, um membro do conselho do Sanhedrin, que era um homem rico e respeitável (Mateus 27:57-60; João 19:38-42). A escolha desse túmulo para Jesus, apesar de sua morte na condição de um criminoso, cumpre a profecia de Isaías e destaca um aspecto de honra e respeito no final de sua vida.
Oura parte que reflete muito bem a pessoas de Jesus Cristo é o trecho nesse mesmo versículo onde Isaías diz: “Embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.” No Novo Testamento, é enfatizado que Jesus era sem pecado e viveu uma vida perfeitamente justa. Isso é confirmado por diversas passagens que afirmam a pureza e a falta de qualquer engano em sua boca (Hebreus 4:15; 1 Pedro 2:22). A descrição reforça a ideia de que seu sofrimento e morte foram injustos e substitutivos, apesar de sua perfeita integridade.
O Profeta Isaías também nos mostra que o sofrimento do Messias não foi um acidente ou um erro, mas uma parte do plano divino para a redenção da humanidade. Exatamente como entendemos no contexto cristão (Atos 2:23; Lucas 22:22).
“Mas ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si.” (Isaías 53:10-11)
Este trecho indica que Deus estava satisfeito em permitir que o Servo Sofredor sofresse e ficasse enfermo. A palavra “moê-lo” sugere um sofrimento intenso e prolongado.
A expressão “oferta pelo pecado” refere-se ao sacrifício que o Servo fará, oferecendo sua vida em expiação pelos pecados. É uma referência ao papel de substituto do Servo na redenção.
Jesus é visto como a oferta perfeita para o pecado, dando sua vida como um sacrifício substitutivo para expiar os pecados da humanidade (Hebreus 10:12; 1 João 2:2).
E o profeta Isaías ainda profetisa sobre os frutos do sacrifício de Cristo, quando diz: “Verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.”
Após o sofrimento e a oferta de sua vida, o Servo verá seus descendentes e terá seus dias prolongados. A vontade de Deus será realizada através dele, e seu trabalho terá sucesso.
Isso é interpretado como a ressurreição de Jesus e sua vida contínua através da criação da Igreja e da expansão do reino de Deus. Jesus, após sua morte e ressurreição, continua a realizar a vontade de Deus e a prosperar em seu ministério (Atos 13:32-33; Filipenses 2:9-11).
No versículo 11 temos “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si.”
Jesus, após a ressurreição, viu o fruto de seu trabalho redentor – a salvação de muitos e a fundação da Igreja. Sua satisfação vem do cumprimento do plano de Deus e da redenção oferecida à humanidade (João 16:21-22; Hebreus 12:2).
E então temos: “O meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si”
O Servo, que é justo, justificará muitas pessoas ao levar sobre si as iniquidades delas. Ele assumirá o peso do pecado de outros, proporcionando justiça e perdão.
Isso é visto como a principal função de Jesus, justificando aqueles que creem nele através do sacrifício da cruz. Ele carrega as iniquidades e oferece perdão e reconciliação a muitos (Romanos 5:19; 2 Coríntios 5:21).
Portanto, não restam dúvidas que Isaías 53:10-11 descreve claramente a missão redentora de Jesus Cristo ao mencionar os resultados do sofrimento do Servo Sofredor. O versículo destaca que o sofrimento não foi apenas permitido por Deus, mas fazia parte do plano divino para alcançar a salvação. O Servo, que sofre e morre como oferta pelo pecado, vê o fruto de seu trabalho e fica satisfeito, justificando muitos e carregando suas iniquidades. Essas passagens são fundamentais para a compreensão cristã do papel de Jesus como Salvador e a eficácia de seu sacrifício na redenção da humanidade.
Profeta Isaías e as profecias sobre o nascimento e manifestação de Jesus Cristo.
As profecias de Isaías sobre o nascimento de Jesus também são fundamentais para a teologia cristã por conta de vários detalhes que o profeta nos dá sobre esse evento que prefiguram a chegada de um Messias divino, nascido de uma virgem, da linhagem de Davi, e ungido pelo Espírito Santo para governar com justiça e trazer salvação ao mundo. O cumprimento dessas profecias em Jesus é visto como uma validação tanto da veracidade dos escritos proféticos do profeta Isaías, quanto da identidade messiânica de Cristo.
Isaías 7:14 – O Sinal da Virgem:
“Portanto, o próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel.”
O versículo menciona que uma virgem conceberia e daria à luz um filho chamado Emanuel, que significa “Deus conosco”. No contexto imediato, essa profecia foi dada como um sinal para o rei Acaz, mas, no cristianismo, é interpretada como uma previsão do nascimento de Jesus de Maria, uma virgem, conforme relatado em Mateus 1:22-23 e Lucas 1:31-35. O nascimento virginal é visto como um sinal divino e uma confirmação da natureza sobrenatural e redentora de Jesus. Já o nome “Emanuel” simboliza a presença de Deus com a humanidade através de Jesus.
Esse nome não é o nome próprio de Jesus, mas sim um título que revela sua natureza e missão de trazer a presença de Deus para junto das pessoas. O Novo Testamento, especialmente no Evangelho de Mateus, esclarece que a profecia de Isaías sobre Emanuel se cumpre no nascimento de Jesus, pois Ele é a manifestação de Deus na Terra.
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; E não a conheceu até que ela deu à luz o seu filho, o primogênito; e chamou-o pelo nome de Jesus.” (Mateus 1:23-25)
Isaías 9:6-7 – O Nascimento de um Governante Eterno:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”
Este versículo descreve o nascimento de um filho que governará eternamente. Ele é chamado por nomes que expressam sua divindade e realeza, como “Maravilhoso Conselheiro” e “Príncipe da Paz”. A profecia destaca que ele virá da linhagem de Davi e governará com justiça e paz para sempre. No cristianismo, Jesus é identificado como esse filho, nascido para estabelecer um reino eterno, como descrito em Lucas 1:32-33.
Isaías 11:1-2 – O Renovo de Jessé:
“Sairá um renovo do tronco de Jessé, e um rebento das suas raízes florescerá. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.”
Isaías 11:1-2 fala de um “renovo” que sairá da linhagem de Jessé, o pai do rei Davi. Esta profecia é vista como uma referência ao Messias, que virá da casa de Davi. Jesus, sendo descendente de Davi, é considerado o cumprimento dessa profecia (Mateus 1:1-16). Além disso, o Espírito do Senhor repousando sobre ele simboliza sua unção divina, refletida no batismo de Jesus, quando o Espírito Santo desceu sobre ele (Mateus 3:16).
Isaías 9:1-2 – A Luz para as Nações:
“Mas para a terra que estava em trevas, a luz resplandeceu; para os que viviam na região e sombra da morte, a luz raiou.”
Esta passagem profetiza que o povo que andava em trevas veria uma grande luz, uma referência à vinda de uma salvação que traria libertação e esperança.
No Novo Testamento, em Mateus 4:15-16 é mencionada essa profecia em relação a Jesus, que começou seu ministério na Galileia, uma região vista como espiritualmente obscurecida, mas que foi iluminada pela presença e pregação de Cristo.
As Profecias do Profeta Isaías nos dão muitos detalhes sobre o Messias.
Além de todos os detalhes sobre o nascimento de Cristo, a sua morte, a forma como Ele seria julgada, sepultado e os resultados de seu sacrifício, o Profeta Isaías no dá muitos outros detalhes sobre o comportamento do Messias, sua mensagem, seu ministério, seu significado e o efeito que Ele causaria no mundo. Quando lemos todas essas profecias de Isaías é difícil imaginar que eles se encaixariam com a vida de outro profeta a não ser na vida de Jesus, o Messias, Filho de Deus.
A Obediência do Messias ao Senhor:
“Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces àqueles que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos insultos e das cusparadas.” (Isaías 50:6)
Este versículo fala sobre a disposição do Servo de sofrer e ser obediente à vontade de Deus, mesmo diante de abusos e humilhações. Jesus demonstrou essa obediência ao aceitar o sofrimento e a humilhação durante seu julgamento e crucificação (Mateus 26:67-68).
O Messias Traz Boas Novas aos Pobres:
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos pobres; enviou-me a sarar os quebrantados de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a pregar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus.” (Isaías 61:1-2)
O versículo fala sobre o Messias sendo ungido para trazer boas novas, curar os quebrantados e libertar os cativos. Jesus cita essa passagem ao iniciar seu ministério (Lucas 4:18-19), afirmando que ele é o cumprimento dessa profecia.
O Reino Pacífico do Messias:
“O lobo viverá com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito; o bezerro, o leãozinho e a vaca andarão juntos, e um menino pequeno os guiará.” (Isaías 11:6-9)
Este trecho descreve um reino futuro de paz e harmonia na criação, onde predadores e presas vivem juntos em paz. É uma visão do reino pacífico e restaurador que o Messias trará. No cristianismo, isso é interpretado como uma referência ao futuro reino de Cristo, onde a paz será estabelecida (Apocalipse 21:4).
O Messias Como Uma Pedra de Tropeço:
“Ele será um santuário, mas uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo para ambas as casas de Israel, um laço e uma cilada para os habitantes de Jerusalém.” (Isaías 8:14)
O Messias é descrito como uma pedra de tropeço para aqueles que rejeitam a sua mensagem. Ele será um teste para a fé das pessoas. Jesus é mencionado no Novo Testamento como uma pedra de tropeço para os que não acreditam (Mateus 21:42-44; 1 Pedro 2:7-8).
A Restauração e Redenção Através do Messias:
“Eu te farei luz para as nações, para que sejas a minha salvação até à extremidade da terra.” (Isaías 49:6)
Este versículo fala sobre o Messias sendo uma luz para as nações e trazendo salvação a todos os povos. Ele é visto como uma referência ao papel universal de Jesus, que veio não apenas para Israel, mas para trazer salvação a todas as nações (Atos 13:47; Lucas 2:32).
Essas profecias fornecem um panorama abrangente das expectativas messiânicas no Antigo Testamento e são interpretadas no cristianismo como cumpridas em Jesus Cristo, refletindo sua vida, ministério e papel redentor.
Conclusão:
As profecias de Isaías, registradas séculos antes do nascimento de Jesus, revelam uma visão surpreendentemente detalhada sobre o Messias. Ao longo dos capítulos de Isaías, encontramos descrições profundas e poéticas de um Salvador que viria para transformar a humanidade, não apenas em seu tempo, mas por toda a eternidade. Essas profecias, quando vistas à luz da vida e ministério de Jesus, formam um encaixe perfeito, como se cada palavra tivesse sido moldada para Ele.
Isaías falou de um nascimento extraordinário, uma virgem que conceberia um filho chamado Emanuel—”Deus conosco”—e essa verdade encontra seu pleno cumprimento em Jesus, cujo nascimento foi anunciado por anjos e celebrado pelos céus. Nenhuma outra figura histórica ou religiosa poderia reivindicar um nascimento tão miraculoso e significativo, marcado pela própria intervenção divina.
O profeta também descreve um governante que traria paz eterna, um descendente de Jessé, da linhagem de Davi. Jesus, sendo o descendente direto de Davi, é a encarnação desse governante eterno, que não só governaria Israel, mas o mundo inteiro, trazendo justiça e paz a todos os povos. Ele não era apenas um líder político ou militar, mas um rei espiritual, que estabeleceu seu trono em corações e mentes, superando fronteiras e tempos.
Isaías previu o sofrimento de um servo, rejeitado pelos homens, mas que levaria sobre si as dores e pecados da humanidade. Jesus, com sua vida de humildade, rejeição e sacrifício na cruz, personificou essa profecia de modo tão completo que qualquer outro cumprimento seria impensável. Ele foi “ferido pelas nossas transgressões”, “moído pelas nossas iniquidades”, e através de seu sofrimento, trouxe cura e redenção ao mundo.
Não há outra figura na história que possa cumprir essas profecias com tanta precisão e profundidade. Jesus não apenas realizou aquilo que Isaías previu, mas Ele encarnou o propósito divino de redenção que havia sido prometido. Ele é o Emanuel, o Príncipe da Paz, o servo sofredor, o Salvador que traria luz às nações.
Assim, o cumprimento das profecias de Isaías em Jesus nos convida a ver que todas as promessas de Deus se concretizam em sua pessoa. Ele é a prova viva de que o plano de Deus, traçado desde a antiguidade, foi cumprido de maneira perfeita e bela. Em Cristo, as palavras de Isaías encontram seu destino final, e na sua obra redentora, encontramos nossa esperança, paz e salvação.
- Escatologia: O Estudo das Últimas Coisas, através da História.
- Arrebatamento: O que é, quando ele vai acontecer?
- O Apocalipse, a destruição do Templo de Jerusalém, e as Profecias de Mateus 24.
- Profeta Isaías. Existem evidências históricas do cumprimento de suas profecias?
- Profeta Isaías. Existem provas da sua existência, ministério e morte?
- Profeta Isaías e as Profecias Messiânicas que se cumpriram e Jesus Cristo.
- Isaías, de crente morno a grande profeta.