O Apocalipse, a destruição do Templo de Jerusalém, e as Profecias de Mateus 24.

O Apocalipse, a destruição do Templo de Jerusalém, e as Profecias de Mateus 24.

O evento chamado na Bíblia de “Apocalipse” é extremamente assustador, temido, mas também aguardado por muitos cristãos e estudiosos da Escatologia Bíblica, que debatem, produzem estudos e análises das profecias e sinais que precedem este evento, desde os primórdios do cristianismo.

Jesus Cristo, em seu sermão profético registrado em Mateus 24, fornece uma visão detalhada dos sinais que precederão o fim dos tempos, sua segunda vinda e também a destruição de Jerusalém e do segundo templo. Este capítulo, muitas vezes chamado de “Sermão Profético do Monte das Oliveiras,” é uma peça central da escatologia cristã e oferece paralelos importantes com o livro do Apocalipse e também o livro do profeta Daniel.

No capítulo 24 do livro de Mateus Jesus responde às perguntas dos discípulos sobre a destruição do Templo de Jerusalém e sobre os sinais de Sua vinda e do fim do mundo. Os discípulos estavam curiosos e preocupados com o futuro, e Jesus aproveita a oportunidade para explicar-lhes detalhadamente o que acontecerá.

Embora este sermão forneça uma cronologia dos eventos finais e dos sinais proféticos que os precedem, alguns leitores ainda ficam confusos quando o leem. Eles têm dificuldade em entender os sinais e eventos mencionados no texto, questionando quando tudo realmente acontecerá e a que Jesus se referia com frases como “Não passará esta geração”. Além disso, há certa confusão em como as informações do fim dos tempos se relacionam com o arrebatamento, com a segunda vinda de Jesus e a destruição de Jerusalém no ano 70 depois de Cristo.

Neste primeiro estudo, exploraremos inicialmente os eventos que envolvem a destruição do segundo templo e os sinais e cumprimento das profecias de Jesus em Mateus 24.

Este será nosso ponto de partida para que possamos entender quais profecias de Jesus já se cumpriram e quais só se cumprirão posteriormente durante a sua segunda vinda, ou durante os eventos narrados no livro do Apocalipse.

Você também pode ler a nossa série de publicações sobre Escatologia e Profecias Bíblicas aqui no Pesquisador Cristão clicando nos links a seguir:

 

Profecias do Apocalipse em Mateus 24, confusão e interpretações erradas.

As profecias em Mateus 24 nos falam de eventos relacionados ao fim do mundo, da Segunda Vinda de Cristo, mencionada no livro de Apocalipse, mas também nos apresentam profecias que já se cumpriram.

O capítulo 24 de Mateus contém uma quantidade significativa de profecias sobre o final dos tempos, descritas por Jesus em resposta às perguntas dos discípulos. Este sermão, conhecido como o “Sermão Profético do Monte das Oliveiras,” apresenta muitos acontecimentos diferentes e é uma fonte de grande interesse e especulação entre os cristãos. No entanto, devido à sua natureza enigmática e a complexidade das profecias bíblicas, muitas vezes surgem interpretações errôneas. Vamos analisar algumas dessas interpretações incorretas e entender melhor do que estamos falanado.

Exemplo 1: A Volta de Jesus e a Pregação do Evangelho.

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mateus 24:14)

Interpretação Errônea: Alguns grupos cristãos acreditam que a volta de Jesus só ocorrerá quando o evangelho for pregado a todas as nações. Eles afirmam que precisamos completar essa tarefa para que Jesus retorne, e até mapeiam o avanço do evangelismo global para tentar prever o fim dos tempos.

Correção: Embora a pregação do evangelho em todo o mundo seja um sinal importante, afirmar que podemos controlar ou prever o retorno de Jesus através do nosso progresso evangelístico é um erro. Jesus deixou claro que ninguém sabe o dia ou a hora de Sua volta (Mateus 24:36). A pregação do evangelho é uma tarefa contínua da Igreja, mas não devemos usá-la para tentar prever o cronograma divino. Além do mais o que virá depois da pregação do Evangelho a todo mundo é o fim. Muitos confundem a Segunda Vinda com o Arrebatamento e outros eventos bíblicos distintos. Após estes dois eventos muitas profecias ainda precisarão se cumprir para só então termos um desfecho final para a humanidade. Falaremos melhor disso mais a frente neste estudo.

Exemplo 2: As Grávidas e as que amamentam durante a Tribulação.

“E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” (Mateus 24:18-21)

Interpretação Errônea: Alguns interpretam que, durante a volta de Jesus, as grávidas perderão seus filhos ou que os bebês serão arrebatados do ventre ou durante a amamentação.

Correção: Jesus estava se referindo à dificuldade prática e ao sofrimento adicional que as mulheres grávidas e as que amamentam enfrentariam durante a fuga em tempos de grande tribulação, não ao arrebatamento dos bebês. Esse aviso é sobre a dificuldade de fugir rapidamente e com segurança quando se está grávida ou cuidando de crianças pequenas. Outro ponto a ser considerado é que este versículo provavelmente está se referindo a fuga dos judeus durante a destruição de Jerusalém, e não exatamente ao evento denominado “Grande Tribulação.” Talvez por isso o versículo também mencione o inverno, já que as temperaturas de Jerusalém no inverno podem cair até 0ºC dificultando a fuga em qualquer situação.

Exemplo 3: “Esta Geração” e o Cumprimento das Profecias.

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” (Mateus 24:34)

Interpretação Errônea: Alguns argumentam que Jesus mentiu ou que a profecia falhou porque a geração dos discípulos não viu todos os eventos apocalípticos descritos no sermão profético, ou o fim não chegou.

Correção: A interpretação de “esta geração” pode ser entendida de várias maneiras. Uma visão é que Jesus se referia à geração que testemunharia os sinais específicos do fim dos tempos descritos anteriormente no capítulo. Outra interpretação é que “geração” pode referir-se à raça humana ou à geração de pessoas que veria a consumação dos tempos. Jesus estava assegurando que, uma vez que os sinais começassem a ocorrer, os eventos finais aconteceriam rapidamente após isso. Esta parece a interpretação mais plausível deste versículo e a mais óbvia até, já que os eventos finais deveriam ocorrer em conjunto com sinais inexistentes nos primórdios do cristianismo. Muito do que a Bíblia profetisa para o fim dos tempos só é possível ser vivenciado hoje.

Importância do Contexto Histórico e Comparação de Textos.

Para entender corretamente as profecias de Mateus 24, é crucial considerar o contexto histórico, para quem as profecias foram direcionadas, e comparar esses textos com outras passagens bíblicas. Aqui estão alguns princípios para evitar interpretações errôneas:

1 – Conhecer o Contexto Histórico: Entender a situação de Jerusalém na época de Jesus, as expectativas messiânicas e a ocupação romana ajudam a esclarecer o significado das profecias.

2 – Comparar Textos Bíblicos: As profecias de Mateus 24 devem ser comparadas com outras passagens proféticas, como as do livro de Daniel e o Apocalipse, para obter uma visão mais completa e coerente.

3 – Evitar o Isolamento de Versículos: As profecias são frequentemente complexas e interconectadas. Isolar versículos fora do seu contexto pode levar a interpretações incorretas.

4 – Reconhecer a Natureza Apocalíptica: Muitas profecias bíblicas usam linguagem simbólica e apocalíptica, que requer uma interpretação cuidadosa e não literal.

 

As profecias de Mateus 24, a destruição de Jerusalém e do Templo.

Apocalipse e a Destruição do Templo em Jerusalém
Relevo do Arco de Tito em Roma, mostrando menorá e outros objetos levados do Templo de Jerusalém após a destruição.

Para decifrarmos e entendermos o Sermão Profético de Mateus 24, precisamos analisar as perguntas feitas pelos discípulos de Jesus logo no começo deste capítulo. São por causa destas perguntas que Jesus começa a falar sobre três eventos distintos na História e menciona detalhes sobre como e quando eles acontecerão. O primeiro desses eventos é a destruição de Jerusalém e do Templo.

O texto de Mateus 24 começa no versículo 1 com Jesus saindo do Templo e seus discípulos destacando a grandiosidade daquela construção:

“E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.” (Mateus 24:1)

Em resposta aos seus discípulos, Jesus profetiza a destruição do Templo logo no versículo seguinte:

“Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.” (Mateus 24:2)

Essa profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o general Tito invadiu Jerusalém. Após um cerco prolongado, as tropas romanas conseguiram romper as defesas de Jerusalém. O Templo foi incendiado, e relatos históricos indicam que o calor intenso do fogo derreteu o ouro que decorava a estrutura. Esse ouro teria se infiltrado nas fendas entre as pedras, levando os soldados a desmontarem o Templo pedra por pedra para recuperar o metal precioso após a destruição.

O historiador Flávio Josefo faz referência a este acontecimento em seus escritos:

“Ora, uma vez que César não foi de modo algum capaz de conter a entusiástica fúria dos soldados, e o fogo avançava mais e mais… assim foi a sagrada casa queimada, sem a aprovação de César.” (Flávio Josefo – A Guerra dos Judeus, livro 6, capítulo 4, seção 7)

No Sermão Profético do Monte das Oliveiras, Jesus também profetiza outros eventos que ocorreram quando Jerusalém foi sitiada. Aparentemente, ele faz isso para alertar seus seguidores a fugirem da cidade antes desses eventos. Na versão deste mesmo sermão profético no livro de Lucas, temos detalhes mais claros das profecias relacionadas à destruição do Templo:

“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” (Lucas 21:20-24)

Realmente, encontramos na História registros desse terrível momento. Flávio Josefo, em sua obra “A Guerra dos Judeus”, descreve detalhadamente esses eventos. A crucificação de judeus pelos romanos foi uma das formas brutais de punição e intimidação utilizadas durante o cerco.

Josefo relata que, à medida que o cerco avançava e os suprimentos dentro da cidade diminuíam, muitos judeus tentaram fugir de Jerusalém. Os romanos capturaram muitos desses fugitivos e, como punição e advertência para os outros, Tito ordenou que fossem crucificados.

Josefo também menciona que centenas de judeus eram capturados e crucificados diariamente. A crueldade foi tal que não havia mais espaço para crucificar as pessoas nem cruzes suficientes para usá-las:

“Mas de fato sua miséria era tão profunda que, como os lugares estavam cheios de cruzes, e era impossível encontrar mais lugares para cruzes, assim havia escassez de cruzes para os corpos.” (Guerras dos Judeus, Livro 5, Capítulo 11, Seção 1)

De acordo com Flávio Josefo, aproximadamente 1.100.000 pessoas foram mortas durante o cerco, a maioria delas sendo judeus. Fontes históricas relatam que 97.000 pessoas foram capturadas e escravizadas. Muitos fugiram para regiões próximas ao Mediterrâneo.

 

Por que Jesus profetiza a Destruição do Templo em meio a profecias apocalípticas?

Apocalipse e as Profecias da destruição de Jerusalém
Muro das Lamentações em Jerusalém, o único vestígio restante do Templo de Salomão destruído em 70 d.C.

Jesus profetizou a destruição do Templo juntamente com outras profecias apocalípticas, provavelmente não apenas porque os seus discípulos lhe fizeram essa pergunta, mas porque este era um acontecimento marcante e importante já outrora predito em outras profecias.

No versículo 15 de Mateus 24 Jesus faz referência a “abominação da desolação” Essa passagem se refere ao que está predito no livro do Profeta Daniel.

“Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”.( Daniel 9:27)

Em 167 a.C., um governador grego de nome de Antíoco Epifânio preparou um altar a Zeus sobre o altar dos holocaustos no templo judeu em Jerusalém. Ele também sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém. Esse evento é conhecido como a “abominação da desolação”.

Logo, quando Jesus menciona este fato está se referindo a uma profanação ou destruição do templo judaico.

É sabido por meio dos registros históricos que muitas atitudes romanas eram mal vistas pelos judeus e consideradas profanação.

Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia, cometeu vários atos que foram considerados ofensivos pelos judeus. Por exemplo, ele trouxe estandartes romanos com imagens do imperador para Jerusalém e colocou escudos dourados no palácio de Herodes, ambos considerados idólatras pelos judeus. Esses atos provocaram grandes protestos e tensões.

Em “Antiguidades Judaicas”, Josefo relata que Herodes, o Grande, colocou uma grande águia dourada sobre o portão principal do Templo de Jerusalém. Este ato foi amplamente visto como uma afronta à lei judaica, que proibia ídolos ou imagens de seres vivos. Josefo descreve como dois rabinos, Judas e Matias, incitaram seus alunos a derrubar a águia, o que foi visto como um ato de resistência religiosa contra a profanação do Templo.

Todos estes acontecimentos acabariam por culminar na grande destruição de Jerusalém muito em breve, poucos anos após a morte de Jesus, e talvez por isso Jesus Cristo tenha feito esse alerta para seus discípulos. Aliás é justamente por conta desta profecia que os cristãos escaparam do massacre que sobreveio sobre todo o povo judeu.

Há relatos históricos de que os cristãos conseguiram escapar do cerco de Jerusalém. Eusébio de Cesareia, um dos primeiros historiadores da Igreja, menciona em sua obra “História Eclesiástica” que os cristãos ao verem a “abominação da desolação” e ao perceberem a aproximação cada vez mais frequente dos romanos e lembrando-se das palavras do Mestre Jesus fugiram para Pella, uma cidade na região da Decápolis, a leste do rio Jordão há cerca de 30 quilômetros ao sul do Mar da Galileia.

“Os membros da igreja em Jerusalém foram ordenados por uma revelação, vouchada aos homens aprovados ali antes da guerra, a deixar a cidade e habitar uma certa cidade da Peréia chamada Pella. E ao passo que os que acreditaram em Cristo mudaram de Jerusalém para que, como se santos homens tivessem abandonado a cidade real de judeus e toda a terra da Judeia, os julgamentos divinos poderiam finalmente cair sobre eles por todas as suas transgressões contra Cristo e seus apóstolos, e toda aquela geração perversa foi completamente removida da cena” (Eusébio, História Eclesiástica, Livro 3, Capítulo 5, Seção 3).

Diz-se que o próprio Tito recusou aceitar uma coroa de erva, uma condecoração dada em homenagem ao mérito militar, pois ele acreditava que a vitória se devia mais à intervenção divina do que aos feitos militares, afirmando que “não há mérito em vencer um povo abandonado por seu próprio Deus”.

Portanto, o que podemos perceber é que este evento em questão era algo espiritual e muito importante para ser deixado de lado por Jesus. Ele também era o começo das tribulações que se seguiriam.

A destruição de Jerusalém em 70 d.C. e também a Revolta de Barcoquebas (132-135 d.C.) foram acontecimentos históricos que contribuíram para a “diáspora judaica” que também teve raízes em eventos anteriores à era romana já profetizada em outras passagens bíblicas:

“Espa­lharei vocês entre as nações e empunharei a espada contra vocês. Sua terra ficará desolada; as suas cidades, em ruínas.” (Levítico 26:33)

 

Quais profecias de Mateus 24 já se cumpriram e quais vão se cumprir durante o Apocalipse?

Apocalipse Bíblico e as profecias de Mateus 24

No versículo 3 de Mateus 24, os discípulos fazem três perguntas a Jesus que moldam o conteúdo de todo o discurso profético subsequente. É partindo deste versículo que podemos fazer uma separação das profecias que já aconteceram durante a destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70 d.C. e das profecias e sinais que ainda vão acontecer durante o período do Apocalipse de João ou nos tempos bem próximos a ele:

“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24:3)

As Três Perguntas dos Discípulos:

Quando serão estas coisas?

Que sinal haverá da tua vinda?

Que sinal haverá do fim do mundo?

Profecias provavelmente cumpridas durante a destruição do Templo e de Jerusalém no ano 70 d.C:

1 – Enganadores e Falsos Cristos (Mateus 24:5)

Cumprimento: Houve vários indivíduos que se declararam ser o Messias no primeiro século. Um exemplo notável é Simon bar Kokhba, que foi aclamado como o Messias durante a revolta judaica contra Roma (132-135 d.C.).

2 – Guerras e Rumores de Guerras (Mateus 24:6-7)

Cumprimento: O primeiro século foi marcado por conflitos, incluindo a Grande Revolta Judaica (66-70 d.C.) e outros distúrbios dentro do Império Romano.

3 – Fomes e Terremotos (Mateus 24:7)

Cumprimento: Várias fomes e terremotos significativos foram registrados no primeiro século. A fome mencionada em Atos 11:28, durante o reinado de Cláudio, é um exemplo.

4 – Perseguição e Martírio dos Discípulos (Mateus 24:9-10)

Cumprimento: Os apóstolos e os primeiros cristãos enfrentaram severas perseguições, como registrado em Atos e nas epístolas de Paulo. Muitos, como Estêvão, foram martirizados.

5 – Aumento da Maldade e Perda do Amor (Mateus 24:12)

Cumprimento: Historiadores da época, como Josefo, descrevem a corrupção moral e o aumento da violência e traição entre os judeus durante o período das guerras judaico-romanas.

6 – A “Abominação da Desolação” no Lugar Santo (Mateus 24:15)

Cumprimento: Em 70 d.C., o exército romano, liderado por Tito, profanou e destruiu o Templo de Jerusalém, cumprindo a profecia de Daniel e as palavras de Jesus.

7 – Fuga dos Discípulos para as Montanhas (Mateus 24:16-20)

Cumprimento: Eusébio registra que os cristãos de Jerusalém fugiram para Pella antes da destruição da cidade, obedecendo às advertências de Jesus.

Profecias de Mateus 24 que se cumprirão durante o Apocalipse ou próximo a ele:

1 – Sinais no Sol, na Lua e nas Estrelas (Mateus 24:29)

Provável Cumprimento: Estes eventos cósmicos são geralmente entendidos como sinais futuros que precederão diretamente o retorno de Cristo. Eles simbolizam a abalada ordem natural e eventos sobrenaturais que acompanharão o fim dos tempos.

2 – A Vinda do Filho do Homem nas Nuvens (Mateus 24:30)

Provável Cumprimento: Jesus retornará visivelmente e gloriosamente, como descrito em várias passagens do Novo Testamento (por exemplo, Apocalipse 1:7). Todos os povos da terra o verão e lamentarão por causa dele.

3 – Reunião dos Eleitos pelos Anjos (Mateus 24:31)

Provável Cumprimento: No retorno de Cristo, os eleitos serão reunidos dos quatro ventos, de uma extremidade do céu à outra. Isso representa a reunião final dos fiéis, tanto vivos quanto ressuscitados, para estarem com Cristo.

4 – A Figueira e Todos os Seus Brotos (Mateus 24:32-33)

Provável Cumprimento: A parábola da figueira indica que, quando os sinais começarem a se cumprir, o retorno de Cristo estará próximo. Isso sugere um tempo futuro em que todos os sinais finais se manifestarão de maneira clara e inconfundível.

5 – Esta Geração não Passará (Mateus 24:34)

Provável Cumprimento: Há interpretações que sugerem que “esta geração” se refere à geração que verá todos os sinais finais se manifestando, não à geração dos discípulos. Portanto, essa profecia ainda se cumprirá no contexto dos últimos tempos.

6 – Desconhecimento do Dia e da Hora (Mateus 24:36)

Provável Cumprimento: A imprevisibilidade do dia e da hora do retorno de Cristo se aplica a todos os tempos até que ele volte. Isso reforça a necessidade de vigilância constante entre os fiéis.

7 – Condições Como nos Dias de Noé (Mateus 24:37-39)

Provável Cumprimento: Jesus compara o tempo do seu retorno aos dias de Noé, quando as pessoas estavam desatentas e despreparadas para o julgamento iminente. Isso sugere que no tempo do fim, muitos estarão despreocupados e não perceberão os sinais dos tempos.

8 – Dois no Campo, um Será Levado (Mateus 24:40-41)

Provável Cumprimento: Esta é uma descrição do arrebatamento, quando alguns serão tomados para estar com Cristo enquanto outros serão deixados. Isso é visto como um evento futuro que ocorrerá no contexto do retorno de Cristo.

Profecias que são interpretadas de maneira incerta, que podem se encaixar em ambos os períodos da história:

1 – Enganadores e Falsos Cristos (Mateus 24:5)

Embora tenham ocorrido guerras e rumores de guerras durante o período que antecedeu a destruição de Jerusalém e o Segundo Templo Judaico, os eventos apocalípticos também são frequentemente precedidos pela operação do engano. Então esta profecia pode ter grandes chances de se cumprir também em ambos os períodos.

2 – Pregação do Evangelho a Todas as Nações (Mateus 24:14)

Cumprimento: Se analisarmos esta profecia de maneira clara veremos que ela se refere a uma condição para venha o fim do mundo. No entanto alguns a interpretam como se ela se referisse ao fim de Jerusalém. Sabemos que Paulo e outros apóstolos levaram o evangelho a várias partes do Império Romano, alcançando muitas nações conhecidas na época, anunciando Jesus a praticamente todo o mundo antigo, portanto existe a possibilidade dela também, estar se referindo a este momento, embora se aplique melhor ao período final da raça humana narrado no livro de Apocalipse.

3 – Grande Tribulação (Mateus 24:21)

Cumprimento: A destruição de Jerusalém e o cerco romano foram eventos de grande sofrimento e tribulação para os judeus. Josefo relata a severidade da fome, das doenças e das brutalidades cometidas, portanto esta profecia pode estar se referindo a este período da história. Mas não podemos descartar o fato de que esta profecia também esteja se referindo a outra Grande Tribulação mencionada em Apocalipse 7:14 e no Livro de Daniel 12:1.

É difícil sabermos com certeza se algumas profecias abrangem tanto eventos históricos que ocorreram no primeiro século quanto eventos futuros que aguardam cumprimento no fim dos tempos. Muitas profecias que acreditamos terem se cumprido no primeiro século também se encaixariam perfeitamente nos períodos apocalípticos descritos pelo Apóstolo João, como as profecias de Mateus que mencionam rumores de guerras, falsos cristos, esfriamento do amor, aumento da maldade, perseguição aos cristãos, etc. No entanto optamos por lista-las como já cumpridas.

 

Conclusão:

A profecia de Jesus sobre a destruição do Templo, dentro de suas declarações apocalípticas, possui um significado profundo. Este evento histórico, ocorrido em 70 d.C., não só marcou o fim de uma era, mas também serviu como um alerta espiritual, preparando seus seguidores para eventos significativos que ainda estariam para acontecer.

A vigilância é enfatizada com a analogia do ladrão na noite. O servo fiel, encontrado trabalhando diligentemente, será recompensado, enquanto o servo mau, que pensa que seu senhor tarda, será punido severamente.

Jesus nos desafia a estarmos preparados, vigilantes e perseverantes, vivendo em fidelidade até o momento de Sua vinda gloriosa.

Ao analisar Mateus 24, distinguimos entre profecias já cumpridas, como o surgimento de falsos cristos, guerras e perseguições, e aquelas que aguardam cumprimento futuro, como sinais celestiais e a visível vinda de Jesus. Há também profecias com cumprimento ambíguo, aplicáveis tanto ao passado quanto ao futuro, como a pregação do evangelho a todas as nações. Por isso é importante que estudemos de maneira profunda todas as profecias apocalípticas não desprezando qualquer visão a interpretação possível. É imprescindível que saibamos que não existem certeza absoluta no que se refere a profecias, a cada dia temos que lidar com novos acontecimentos e detalhes que podem mudar a nossa forma de enxergarmos o cumprimento daquilo que os profetas e Jesus profetizaram.

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Monteiro Junior

Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."

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Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."

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