Jesus e os discípulos

Jesus Cristo existiu? Entenda porque o Novo Testamento pode ser a prova concreta disso.

Jesus Cristo existiu? Entenda porque o Novo Testamento pode ser a prova concreta disso.

Jesus e os discípulos

“Os quatro Evangelhos, todos eles, dão-nos o retrato de uma personalidade muito definida, obrigando-nos a dizer: Esse homem existiu. Isso não pode ser inventado.” (H. G. Wells: História Universal volume 09)

Embora a existência de Jesus Cristo seja um fato facilmente comprovado quando o submetemos ao método histórico-crítico, devemos levar em consideração que a maior parte dos relatos relacionados a sua existência ainda vem de fontes do Novo testamento.

Então, quando tentamos comprovar Jesus Cristo como sendo uma pessoa histórica real e não uma lenda religiosa, somos obrigados a usar como principal fonte tanto os Evangelhos como também todas as outras porções bíblicas que nos falam sobre Cristo no Novo Testamento.

E qual o problema com isso?

Na verdade, não existe nenhum problema com isso!

Usar o Novo Testamento para comprovar a existência de Jesus Cristo não é problema nenhum para um cristão ou para um historiador realmente sério.

No entanto a maioria dos céticos afirmam que os escritos do Novo testamento não poderiam servir como prova concreta da existência de Jesus Cristo por serem tendenciosos ou compilados como uma propaganda proselitista da religião cristã.

Também existem algumas correntes ateístas que descartam totalmente o Novo Testamento e sua coletânea de escritos por afirmarem que estes textos seriam mitológicos ou lendários e que Jesus Cristo por sua vez seria o principal personagem desta “obra de ficção” e por conta disso, o Novo Testamento não poderia ser considerado como um documento histórico válido contendo as provas concretas da existência de Jesus.

Porém este é um argumento tendencioso!

Neste estudo vamos focar na comprovação da pessoa do Jesus Cristo histórico por intermédio dos textos do Novo Testamento e explicar porque estes escritos possuem autoridade e validade para serem considerados como fontes de provas concretas da existência de Jesus.

Você também pode ler todos os capítulos dessa série clicando nos links a seguir: 

 

Os Evangelhos e textos do Novo Testamento são históricos ou mitológicos?

Os Evangelhos não são uma narrativa lendária ou mitológica pois quando comparados as narrativas lendárias e mitológicas da época de Jesus eles se diferem completamente do estilo literário corrente.

Essa seria exatamente a maneira usada para se determinar se uma narrativa é lendária ou não, comparando estes mesmos escritos a literatura corrente em sua própria época.

Outro ponto interessante que nos prova que os Evangelhos não são uma lenda construída como uma propaganda proselitista é o fato de as narrativas dos Evangelhos possuírem uma construção completamente desinteressante e contrária as peças de propaganda da época.

Embora todos os cenários que o Novo Testamento nos dá sobre Jesus Cristo incluam milagres, curas, fenômenos sobrenaturais e uma mensagem com um grande impacto espiritual, no entanto do ponto de vista grego, romano ou da cultura Judaica da época ninguém se agradaria da mensagem contida nestes escritos, pois neles temos um “Jesus Deus” que foi humilhado, chicoteado, lavou os pés dos seus seguidores, foi traído,  torturado, crucificado, comia com pecadores, ladrões e prostitutas, e ensinou valores totalmente contrários e impopulares a quaisquer judeu que viveu no século I, pois estes esperavam um Messias poderoso e libertador que os livraria do domínio do Império Romano.

Não faria sentindo cristãos construírem uma lenda ou um mito em torno de uma mensagem ou personagem que não atraísse seguidores por exatamente ir contra a mentalidade do salvador desejado na época pelos judeus.

O Jesus Cristo apresentado no Novo Testamento também é muito diferente dos mitos de heróis gregos que lutavam contra criaturas incríveis e entravam e saiam do submundo, vencendo feras assustadoras.

Não é à toa que Paulo ao descrever a mensagem de Cristo deixa claro em seus escritos essa corrente rejeição da figura de Jesus tal como os Evangelhos o apresentam:

“Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;

Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.”(1 Coríntios 1:22,23)

“Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão sendo destruídos, porém para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18)

Outro ponto que precisamos enfatizar e que desmente claramente a ideia do “mito de Jesus” é o fato de não fazer sentindo também que os escritores cristãos inventariam uma figura de salvador tão completamente judaica em um tempo e lugar, sob a égide do império romano – onde havia forte suspeita do judaísmo.

Resumindo: A mensagem do Novo Testamento era impopular para os Judeus, Gregos, Romanos e também seria um grande perigo para os próprios cristãos a ponto de colocar em risco a vida daqueles que abrasassem e pregassem este Jesus ou a sua mensagem, como podemos inclusive observar no decorrer da história.

Então se o Jesus Cristo do Novo Testamento é um mito cristão com intuito de se construir uma propaganda para um fim proselitista, revolucionário ou mesmo para envolver pessoas e se construir uma religião de controle de massas como alguns acreditam, essa propaganda teria sido elaborada com todos os elementos necessários para ser um grande fracasso!

 

Os Evangelhos e textos do Novo Testamento nos apresentam Jesus como uma pessoa?

No geral os Evangelhos e os textos complementares do Novo Testamento nos apresentam uma visão muito abrangente sobre Jesus Cristo incluindo inúmeros detalhes biográficos que nos mostram Ele como uma pessoa.

Nos escritos do novo testamento temos referências a roupas que Jesus usava, seus sentimentos, palavras, comportamentos, parentes, amigos, cidades e localidades que ele visitou, pessoas com quem conversou, referências a personalidades históricas e inúmeros detalhes abundantes que nos permitiriam montar uma completa biografia de Jesus.

Porém vale salientar que os Evangelhos e textos do Novo Testamento não são construídos para serem exatamente um relato biográfico da pessoa de Cristo, mas são textos caracterizados por relatos detalhados de conversas, parábolas, milagres e eventos específicos, muitas vezes apresentando diálogos e ensinamentos diretos de Jesus.

Eles são escritos em prosa simples e acessível, com o objetivo de comunicar a mensagem e os ensinamentos de Jesus de forma clara e compreensível para seus ouvintes e leitores.

Os relatos nos permitem compreender Jesus como alguém que viveu e se relacionou de forma genuína com as pessoas ao seu redor.

Aqui está um breve e ainda extenso resumo de alguns aspectos da vida de Jesus Cristo mencionados nos Evangelhos que incluem tanto atitudes comuns do cotidiano de uma pessoa, como também acontecimentos sobrenaturais, juntamente com as referências dos versículos e capítulos correspondentes:

Nascimento e infância:

  • Mateus 1-2: Nascimento de Jesus.
  • Lucas 1-2: Anunciação a Maria, o nascimento de Jesus em Belém.

Família e genealogia:

  • Mateus 1:1-17: Genealogia de Jesus desde Abraão até José, seu pai legal.
  • Lucas 3:23-38: Outra genealogia de Jesus, rastreando sua linhagem até Adão.

Vestimentas:

  • Mateus 27:28: Soldados vestiram Jesus com um manto escarlate.
  • Marcos 15:17: Soldados colocaram um manto roxo sobre Jesus.
  • João 19:23: Fala sobre a túnica sem costura que Jesus usava.

Expressões, emoções e sentimentos:

  • Mateus 26:38: Jesus manifesta tristeza e angústia no Getsêmani.
  • João 11:35: O versículo famoso “Jesus chorou”, quando Ele se emociona com a morte de seu amigo Lázaro.
  • Mateus 14:14: Jesus tem compaixão das multidões e cura os enfermos.
  • Lucas 7:13: Jesus demonstra compaixão pela viúva de Naim, que perdeu seu filho.

Interações com pessoas:

  • Mateus 8:2-3: Jesus cura um leproso e toca nele, demonstrando compaixão.
  • Mateus 9:9-13: Jesus chama Mateus, um cobrador de impostos, para segui-Lo, mostrando sua disposição em se relacionar com pessoas marginalizadas.
  • João 4:7-26: Jesus tem um encontro com a mulher samaritana no poço de Jacó e conversa com ela, revelando seu conhecimento íntimo de sua vida.

Palavras e ensinamentos:

  • Mateus 7:28-29: Relata que as multidões se maravilhavam com os ensinamentos de Jesus porque Ele falava com autoridade.
  • João 7:46: Diz que os guardas enviados para prender Jesus retornaram sem Ele, justificando que “Ninguém jamais falou como este homem”.
  • Mateus 5-7: Sermão da Montanha, as bem-aventuranças e outros princípios morais.
  • Mateus 13: Várias parábolas, como a do semeador, do joio e do trigo, do tesouro escondido, entre outras.
  • Lucas 10:25-37: Parábola do bom samaritano.

Eventos sobrenaturais:

  • Mateus 8-9: Relata diversos milagres de Jesus, como a cura do leproso, do paralítico, Jesus acalmando uma tempestade, entre outras obras sobrenaturais.
  • João 2:1-11: O primeiro milagre de Jesus, a transformação da água em vinho.

Última ceia, prisão e crucificação:

  • Mateus 26-27: Narra a última ceia, a traição de Judas, a prisão de Jesus, seu julgamento e crucificação.
  • Marcos 14-15: Contém eventos semelhantes aos de Mateus, detalhando a traição de Judas e a crucificação de Jesus.

Ressurreição e ascensão:

  • Mateus 28:1-10: Ressurreição de Jesus e seu encontro com as mulheres no túmulo vazio.
  • Lucas 24:50-53: Registra a ascensão de Jesus ao céu após sua ressurreição.

Expansão da sua mensagem:

  • Atos dos Apóstolos: Descreve a propagação do evangelho após a ascensão de Jesus e inclui referências a Ele em relação à fundação da igreja primitiva.

Construção da sua teologia:

  • Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom são epístolas escritas possivelmente por Paulo que mencionam Jesus em seu conteúdo teológico e instrutivo.

Referências a sua pessoa e doutrina:

  • Hebreus, 1 Pedro, 1, 2 e 3 João: Essas epístolas apresentam referências a Jesus, destacando sua morte, ressurreição, papel como sumo sacerdote e exemplo a ser seguido.

Seu poder e divindade:

  • O livro de Apocalipse contém várias referências a Jesus, retratando-O como o Cordeiro de Deus, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.

 

Deve-se somar a todas estas referências encontradas no Novo testamento os vários momentos em que Jesus Cristo interage com personalidades históricas já reconhecidas e confirmadas por meio de descobertas arqueológicas e outros relatos históricos. Como por exemplo: Herodes Antipas, Pôncio Pilatos, Caifás, Apóstolo Pedro e vários outros.

Vale lembrar também que toda a trajetória da vida, ministério e morte de Jesus ocorre em lugares geográficos reais, com referências a acontecimentos contemporâneos e coerentes com a história da época e todos estes detalhes são comprovados historicamente e confirmados por várias descobertas arqueológicas.

 

Os Evangelhos e os textos que falam de Jesus Cristo foram escritos muito depois do seu ministério e morte?

Outro argumento usado por céticos para invalidarem os Evangelhos e o Novo Testamento como provas concretas da existência de Jesus Cristo é a afirmação de que todo o conteúdo do novo Testamento teria sido escrito séculos após as testemunhas oculares da vida, ministério e morte de Cristo. Isso teria permitido que os mitos sobre Jesus se proliferassem e se consolidassem, criando assim a figura do “personagem” de Jesus Cristo que temos hoje.

No entanto essa também é uma abordagem extremamente desonesta e que se desfaz totalmente quando observamos o testemunho interno ou externo das próprias escrituras do Novo testamento.

O ministério de Jesus ocorreu de 27 a 30 d.C. O renomado estudioso do Novo Testamento, FF Bruce, apresenta evidências convincentes de que o Novo Testamento foi concluído por volta de 100 d.C. A maioria dos escritos do Novo Testamento foi finalizada entre vinte e quarenta anos antes dessa data.

Os Evangelhos são tradicionalmente datados da seguinte forma:

Acredita-se que Marcos tenha sido o primeiro evangelho escrito por volta de 60 d.C. Mateus e Lucas seguem, escritos entre 60 e 70 d.C., enquanto João é o último evangelho, escrito entre 90 e 100 d.C.

Mas como podemos ter certeza de que esta datação está correta?

A datação dos evangelhos é baseada em evidências e estudos realizados por estudiosos do Novo Testamento ao longo dos anos por meio de análises históricas, linguísticas e contextuais, Estas analises oferecem uma base razoável para acreditarmos nas datas propostas.

Existem referencias extra-bíblicas e citações sobre os Evangelhos que corroboram com essa ideia, sendo que a citação mais antiga fora da Bíblia é encontrada nas obras do historiador cristão do século II, chamado Papias de Hierápolis que é mencionado por Eusébio de Cesareia em sua obra “História Eclesiástica.”

“Eu também não hesitaria em colocar junto com eles (os livros da Lei) o evangelho segundo Mateus, pois ouvi certas coisas de um presbítero chamado João, discípulo do Senhor, as quais foram transmitidas por ele de forma oral e, juntamente com as demais coisas que Papias relata, inclui também o que Aristão disse sobre Marcos, que foi o intérprete de Pedro. Pois Marcos, que escreveu o evangelho, sendo intérprete de Pedro, registrou exatamente o que foi dito e não omitiu nada, mas também não acrescentou nada.” (Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, Livro III, Capítulo XXXIX, 15-16)

Papias nasceu por volta do ano 60 d.C. e viveu na cidade de Hierápolis, na província romana da Ásia Menor, que fica na atual Turquia. Muitos estudiosos acreditam que ele foi discípulo do Apostolo João.

Ele escreveu um livro intitulado “Exposição dos Ditados do Senhor”, que infelizmente foi perdido. No entanto, fragmentos e citações desse livro foram preservados em outras obras, como “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesareia.

De acordo com relatos posteriores de Eusébio de Cesareia, Papias mencionou o evangelho de Marcos e atribuiu sua autoria a João Marcos, o qual teria sido o intérprete de Pedro. Ele também fez referência ao evangelho de Mateus corroborando com a ideia de que os Evangelhos são tão antigos quanto se acredita ser.

O fato de alguém tão contemporâneo aos apóstolos e a época de Jesus mencionar os Evangelhos nos mostra que eles não poderiam ser de séculos posteriores como alguns sugerem que teriam sido escritos apenas por volta do terceiro e quarto séculos depois de Cristo.

Outro detalhe importante é que não existem documentos da época desmentindo as narrativas dos Evangelhos. Ou seja, personagens contemporâneos certamente afirmariam que estas narrativas eram falsas caso elas fossem. No entanto o que encontramos são confirmações até daqueles que perseguiram Cristo e os cristãos. 

 

Citações do segundo século mostram que os Evangelhos já estavam em circulação.

Além das citações de Papias vários escritores cristãos primitivos, como Justino Mártir, Ireneu de Lyon, Tertuliano e Orígenes, citaram e referenciaram os evangelhos em seus próprios escritos. Essas citações indicam a existência e a circulação dos evangelhos já no segundo século.

A tradição da igreja primitiva também sustenta a autoria apostólica dos evangelhos. Os escritos dos pais da igreja, como Clemente de Alexandria, Irineu de Lyon e Orígenes, corroboram a autoria atribuída aos apóstolos ou a seus associados.

A descoberta de manuscritos antigos, como o Papiro 52 (também conhecido como Fragmento de João), datado do início do segundo século II, fornece evidências tangíveis da existência e preservação precoce dos evangelhos.

O Papiro contém uma porção do Evangelho de João, mais especificamente João 18:31-33 e 37-38. Ele foi datado por especialistas como pertencente ao século II, especificamente entre os anos 117 e 138 d.C. Essa datação torna o Papiro 52 um dos manuscritos mais antigos dos evangelhos existentes.

A descoberta do Papiro 52 é importante porque confirma a existência e preservação dos textos do Evangelho de João no período antigo antes dos séculos II,III ou IV. Ele demonstra que a tradição textual do Evangelho de João remonta ao século II, fornecendo evidências de sua antiguidade e autenticidade.

Isso é significativo porque quanto mais próximo no tempo estivermos do autor original, maior é a confiabilidade e a fidelidade do texto.

A descoberta do Papiro 52 também sustenta a tradição de que o apóstolo João é o autor do Evangelho de João. Embora o papiro em si não mencione explicitamente o autor, sua existência precoce e disseminação aponta para uma conexão com a comunidade apostólica e o autor original.

 

As evidencias internas dos Evangelhos também validam sua autoria e idade.

Existem algumas evidências internas dentro dos evangelhos que podem ser consideradas como indicadores de autenticidade e datação. Aqui estão algumas delas:

Os três primeiros Evangelhos profetizaram a queda do Templo de Jerusalém que ocorreu em 70 DC. No entanto, o cumprimento desta profecia não é mencionado.

É estranho que esses três Evangelhos prevejam esse grande evento que realmente aconteceu, mas não o registrem. Por que eles não mencionam um marco profético tão importante? A explicação mais plausível é que ainda não havia ocorrido na época em que Mateus, Marcos e Lucas foram escritos.

No livro de Atos dos Apóstolos Lucas também faz menção ao Templo como sendo muito importante para a vida cotidiana do povo judeu em sua época. No entanto ele também não cita a destruição do templo provavelmente porque o episódio da destruição e queda não havia acontecido.

Entalhes do Arco de Tito em Roma retratando a destruição do Templo Judaico e o saque dos utensílios sagrados incluindo o Menorá.

Lucas também termina Atos com uma nota estranha: Paulo vivendo em prisão domiciliar.

É estranho que Lucas não registre a morte de seus dois personagens principais, Pedro e Paulo. A razão mais plausível para isso é que Lucas terminou de escrever Atos antes do martírio de Pedro e Paulo em 64 DC.

Um ponto significativo a ser destacado é que o Evangelho de Lucas precede Atos, apoiando ainda mais a datação tradicional de 60 DC. Além disso, a maioria dos estudiosos concorda que Marcos precede Lucas, tornando o Evangelho de Marcos ainda mais anterior.

A grande maioria dos estudiosos do Novo Testamento concorda que as cartas do Apóstolo Paulo foram escritas por volta de 48-60 DC.

Podemos também observar que os textos de Paulo sobre a vida e ministério de Jesus Cristo coincidem com o que está contido nos Evangelhos.

A primeira carta de Paulo aos Coríntios é um dos livros menos disputados quanto à sua datação e autoria.

Nesta mesma epistola logo no capítulo 15, Paulo resume o evangelho e reforça a ideia de que este é o mesmo evangelho pregado pelos apóstolos. Ainda mais convincente e interessante é que Paulo cita o Evangelho de Lucas em 1 Timóteo 5:18, comprovando que o Evangelho de Lucas foi realmente concluído durante a vida de Paulo. Isso posiciona o tempo de conclusão do Evangelho de Lucas junto com Marcos e Mateus.

 

A fidelidade, precisão histórica e coerência dos Evangelhos com o contexto que eles retratam é visível.

É importante salientarmos que os Evangelhos e outros escritos do Novo Testamento não são textos vagos e imprecisos. Embora os Evangelhos sinópticos apresentem discrepâncias sobre determinados eventos e acontecimentos, no geral as informações contextuais narradas nestes escritos estão em perfeita harmonia com a época que eles tentam retratar.

O mais impressionante em tudo isso é a quantidade de detalhes em várias esferas que podem ser extraídos destes textos e serem usados separadamente para comprovarmos sua idade e autenticidade. Por exemplo:

Conhecimento detalhado do contexto histórico: Os evangelhos contêm informações precisas sobre a cultura, política, geografia e os eventos históricos do primeiro século, o que indica uma conexão direta com o período em que Jesus viveu.

Testemunho ocular e detalhes vívidos: Os evangelhos apresentam detalhes específicos sobre lugares, pessoas, discursos e eventos que parecem ter sido baseados em testemunhas oculares e em uma memória vívida dos acontecimentos.

Variações e inconsistências: A presença de variações e inconsistências nas narrativas dos evangelhos, especialmente nas passagens paralelas, sugere que os autores estavam relatando fatos reais e não apenas copiando um texto padronizado.

Inclusão de detalhes embaraçosos: Os evangelhos registram detalhes embaraçosos ou aparentemente negativos sobre os discípulos e até mesmo sobre Jesus, o que é improvável em lendas ou mitos fabricados posteriormente.

Uso de terminologia e estilo característicos: Cada evangelho apresenta características de linguagem, estilo e terminologia próprios, consistentes com a ideia de que foram escritos por diferentes autores em diferentes períodos.

 

Sim! O Novo Testamento serve como prova concreta da existência de Jesus Cristo.

Podemos entender por meio de tudo o que foi tratado neste estudo que o conteúdo do Novo Testamento não é uma mera lenda como afirmam alguns, mas um conjunto de documentos oficiais produzidos provavelmente por testemunhas oculares ou contemporâneas a todos os acontecimentos relacionados a Jesus Cristo.

Estes mesmos textos são respaldados por outros documentos externos que nos dão a noção do quanto estes acontecimentos foram notórios em sua época.

Também é fácil de perceber a coerência histórica no que se refere a detalhes geográficos, políticos, culturais e morais de toda uma época.

Ou seja, os escritos do Novo Testamento são bem completos e detalhados, satisfazendo qualquer exigência do método histórico-critico para serem considerados textos confiáveis.

Dadas estas colocações o único motivo pelo qual alguém rejeitaria estes escritos como contendo provas concretas da existência de um Jesus Cristo histórico é se essa pessoa já partisse de uma premissa de que Ele nunca existiu!

É exatamente o que acontece com a maioria dos céticos e estudiosos que negam que o Novo testamento pode ser aceito como prova da existência de Jesus Cristo.

São os mesmos que defendem a ideia de que a Bíblia é um conjunto de lendas e mentiras, que o contexto bíblico pode até ser verdadeiro, mas a pessoa de Jesus é uma ficção misturada a lugares, pessoas e acontecimentos reais, que Jesus é uma cópia de vários outros deuses, mitos e lendas que foram incorporados à cultura cristã com o passar do tempo, que a Igreja Católica ou o Império Romano inventaram Jesus Cristo para controlar as massas e conquistar o poder, ou mesmo que os ensinamentos de Cristo foram compilados da sabedoria judaica corrente na época e não saíram de uma só pessoa.

Este tipo de argumentação se baseia mais em um preconceito religioso do que em um interesse real em conhecer a verdade sobre o Jesus Histórico, pois como pudemos entender no decorrer desta pesquisa as bases para a existência de Jesus Cristo até aqui são mais do que satisfatórias, mas estamos apenas começando.

Mostraremos mais provas concretas da existência de Jesus Cristo nos próximos capítulos dessa série…

Você também pode ler todos os capítulos dessa série clicando nos links a seguir: 

 

Fontes pesquisadas:

Justino Mártir: Primeira Apologia de Justino, Capítulo 66.

Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, Livro III, Capítulo XXXIX, 15-16

Ireneu de Lyon: Contra as Heresias, Livro 3, Capítulo 11, Versículo 8.

Tertuliano: Contra Praxeas, Capítulo 25.

Orígenes: Comentário sobre João, Prólogo. Comentário sobre Mateus, Prólogo.

Clemente de Alexandria: Exortação aos Gregos, Livro 1.

Hipotiposes, 6.15.

O Novo Testamento: Sua Origem e Análise – Paulo Nogueira (Editora Vida Nova)

O Jesus Histórico: Uma Breve Introdução – Gerd Theissen e Annette Merz (Editora Paulus)

História da Igreja: Dos Primitivos Cristãos aos Nossos Dias – Justo L. González (Editora Vida Nova)

O Pensamento Antigo: Uma História das Ideias na Grécia e em Roma” – Michel Onfray (Editora WMF Martins Fontes)

H. G. Wells: História Universal volume 09

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Monteiro Junior

Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."

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Pastor e estudante das Escrituras, idealizador do Projeto "O Pesquisador Cristão." Estudou Teologia e Sistemas de Informação. Atualmente dedica-se a pesquisas relacionadas a História do Cristianismo, Novo e Antigo Testamento. Acredita e defende a "busca e compartilhamento do conhecimento nos tempos modernos..."